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Eixo capital

Correio Braziliense
postado em 16/05/2020 04:14

Sem ministro por quase 30 dias

Do governador Ibaneis Rocha (MDB) sobre a saída de Nelson Teich do Ministério da Saúde, antes de completar um mês no cargo: “Nem chegou a ser ministro”. O emedebista até participou de uma entrevista coletiva de Teich e parecia afinado com o trabalho do médico. Mas ele nunca teve poder. E pelo menos numa coisa eles concordam: salões de beleza, barbearias e academias não são essenciais, como estabelece decreto do presidente Jair Bolsonaro que permitiu a abertura desses setores. Teich foi pego de surpresa e Ibaneis anunciou que não vai cumprir. Tem como base decisão do STF segundo a qual cabe aos governadores definir a política de restrições para evitar a propagação do novo coronavírus em cada estado.




Secretário confirmado

Enquanto cai o ministro da Saúde, o secretário da área no DF acaba de ser efetivado no cargo. Francisco Araújo Filho estava como interino, acumulando a presidência do Iges-DF. O promotor de Justiça Clayton Germano, da 2ª Promotoria de Defesa dos Serviços de Saúde, chegou a instaurar um inquérito civil público para apurar eventuais irregularidades na dupla função.





Agnelo vence processo por dar benefícios fiscais

O ex-governador Agnelo e Queiroz (PT) foi absolvido de uma das ações que responde por ato de improbidade administrativa. Ele havia sido alvo de ação do Ministério Público do DF por ter enviado à Câmara Legislativa projeto de lei complementar que instituiu benefício fiscal para atacadistas de forma ilegal. O Ministério Público decidiu não recorrer contra a absolvição em segunda instância e o processo transitou em julgado. “Fiquei muito satisfeito com essa absolvição porque nosso intuito, ao estabelecer regime diferenciado para o setor, foi manter 25 mil empregos”, disse Agnelo.



Só papos


“Teich sair logo foi a melhor saída. Profissional respeitável como médico e gestor, mas não aceitou mudar o protocolo do tratamento do covid 19. O presidente Jair Bolsonaro exige a mudança porque está focado em salvar vidas. Os doentes que dependem do SUS estavam prejudicados com esse protocolo”

Deputada, Bia Kicis (PSL-DF)



“A troca do segundo ministro da Saúde em menos de um mês e em plena pandemia mostra que estamos à deriva sobre o que fazer e os rumos a tomar. A política precisa respeitar o que diz a ciência”

Advogado, Paulo Roque



À QUEIMA-ROUPA 


Thiago Jarjour

Subsecretário de Relação com o Setor Produtivo 


Qual é o papel da Subsecretaria de Relação com o setor produtivo?
Ela faz a interlocução com todo o setor produtivo. Entende as dores, as demandas, as necessidades dos diversos setores empresariais da cidade. Levando sempre as pautas ao conhecimento da secretária de estado para conhecimento do governador.

O que o governador Ibaneis Rocha e Fabiana di Lúcia que assumiu a recém-criada Secretaria do Empreendedorismo lhe pediram ao convidá-lo para o cargo?
A principal missão que me foi proposta foi a simplificação empresarial. Simplificar a vida do empresário. Minha família chegou no DF em 1958 e começou a vida no comércio em um armazém num barracão de madeira na Cidade Livre. Meu berço é o comércio e comecei a trabalhar muito cedo com meu pai, aos 16 anos. O Brasil tem que aprender a valorizar mais quem empreende, quem gera empregos, quem gera riqueza pro país. O governo (Federal e Estaduais), não são geradores de riqueza, são sim consumidores dos impostos gerados pelas empresas e pelos cidadãos. Vejo muita gente falando de justiça social hoje em dia no nosso país. Para mim, não há justiça social maior do que um cidadão poder ter acesso ao trabalho, conseguindo assim levar dinheiro pra dentro de casa; inclusive escolhendo onde e com quem quer trabalhar. Isso só pode acontecer se os empresários, sejam micro, pequenos, médios ou grandes, encontrarem um ambiente propício pra empreenderem. Precisamos facilitar a vida do empresário no nosso país e na nossa cidade.

Estamos no meio de uma pandemia com uma crise sanitária que causa impacto no setor produtivo. Qual o maior desafio neste momento?
Amparar todos os empreendedores e facilitar ao máximo a vida deles. O ambiente para se abrir e manter um negócio no nosso país vigora em posições vergonhosas nos rankings mundiais. Está na hora de aproveitarmos essa crise pra virarmos uma chave nessa história.

Qual é a principal reclamação do setor produtivo? 
Neste momento, a dificuldade da reabertura do comércio. Estou vendo um empenho muito verdadeiro do governador Ibaneis pra reabrir o comércio gradativamente e com responsabilidade. Ninguém quer ser responsável por ter mortes nas suas costas. Nem o governador quer, nem os empreendedores querem. Não vi nenhum empreendedor se colocar contra as medidas sanitárias exigidas pra prevenção da pandemia. Eles estão aceitando comprar álcool 70° em larga escala, comprar máscaras e EPI’s para os colaboradores, distanciar mesas, diminuir a capacidade de vendas admitindo menos clientes por vez nos estabelecimentos. Tudo está sendo aceito. Então por que a justiça não aceita sentar e conversar em vez de simplesmente impor medidas tão impositivas de manutenção do fechamento levando empresas à falência?  O desemprego em massa pode acabar gerando um caos tão grave ou maior quanto o que poderia ser causado pelo estrangulamento do atendimento hospitalar. O isolamento é necessário, as medidas emergenciais foram tomadas e acertadas. Tanto que o DF apresentou um número bem pequeno de mortes se comparado com vários lugares do Brasil e do mundo. Está na hora de mudar a estratégia pra não arrumarmos outros problemas e consequências graves. 

Acha que há espaço num momento de crise como esse para a criação de novas empresas que gerem emprego?
Sim. Toda crise gera oportunidades. O ditado popular diz: “enquanto uns choram, outros vendem lenços”. Em Brasília, já vi gente vendendo “moldes” para fabricação artesanal de máscaras. O brasileiro é um dos povos mais criativos que conheço. Tem muita gente dando um jeito e indo à luta! Novas oportunidades surgirão, tem que ficar antenado! 

Muitas empresas estão em dificuldades pelo confinamento. Como ajudá-las?
Há várias formas. Eu tenho ideias, mas não quero expô-las neste momento sem ouvir as dores do setor antes, e sem me alinhar com a secretária e o governador. 

Você esteve com Rollemberg na campanha e agora é aliado de Ibaneis, o adversário do ex-governador. Mudou de lado?
Meu lado é Brasília. Esse é o meu partido. Fui leal ao Rollemberg até o último momento. Meu papel ético e moral com ele foi cumprido. Com ele e com o governo dele. Deixei legados pra cidade como a Campus Party e o Qualifica + Brasília. Posso até ter uma conotação política estampada em mim, mas ela nunca será maior do que o meu amor pela cidade. Qualquer governo que me chamar para assumir uma missão em prol de melhorar a cidade terá de mim meu total empenho e minha lealdade. Esses valores aprendi em casa e não abro mão deles por nada! 

Pretende se filiar a algum partido e concorrer novamente à Câmara Legislativa?
Por ora, estou sem partido e assim pretendo continuar. Quero fazer um bom trabalho com liberdade e sem influências político-partidárias. As eleições serão em 2022 e até lá tem muito trabalho pela frente. Me casei no fim do ano passado e não posso mais tomar a decisão sozinho de concorrer a uma eleição, afinal isso gera impactos dentro da minha casa. Não digo que não serei mais candidato, mas essa decisão permanece em suspenso. Mais para a frente decidirei em conjunto com minha família e minha esposa sobre essa questão. Dizem por aí que no fim das contas é a esposa que manda na gente, né? Vou descobrir se é verdade...


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