Gilberto Camargos, 56, presidente Associação de Moradores de Vicente Pires e Região (Amovipe) questiona a qualidade dos serviços realizados até então. Para ele, a falta de infraestrutura urbana na área coloca os moradores em risco constantemente. “As obras não resistem a 30 dias. Depois de pronto, o asfalto derrete e tem que ser feito de novo. Já notificamos a administração sobre os casos na 4B, 4D, 3, 5, 7. As calçadas também apresentam problemas. Está, a maioria, quebrada. Nas partes onde as vias não estão concluídas, há capotamentos e danos nos veículos. Os carros também derrapam nos cascalhos”, disse.
A Administração Regional de Vicente Pires informou que os problemas acontecem em ruas de obras inacabadas. Segundo o administrativo local, como não há o término da pavimentação, não há abertura para captação de água, o que condicionaria a água a passar por cima do pavimento, motivo do contratempo. De acordo com a administração, após a pavimentação definitiva, não haverá mais transtornos.
Em nota, a Secretaria de Estado de Obras e Infraestrutura do Distrito Federal (SODF) informou que, com a chegada da estiagem, foram retomadas as obras de pavimentação nas ruas 3 e 7. “Importante destacar a impossibilidade de execução desse tipo de serviço no período chuvoso, uma vez que o solo precisa estar seco”, dizia um trecho do texto.
De acordo com a pasta, desde a semana passada, as obras de infraestrutura na rua 12 foram retomadas. No local, a empresa contratada se concentra na execução da rede de drenagem. Além desse serviço, segundo a SODF, também serão feitas a pavimentação, as calçadas e os meios-fios. Ainda de acordo com a secretaria, as obras também prosseguem nas ruas 4B e 4C, com o objetivo de finalizar a pavimentação.
Segundo a SODF, uma ponte será construída para ligar a rua 4 à Estrada Parque Taguatinga (EPTG). A travessia terá 82 metros de extensão e 13,8 metros de largura. O investimento para a obra é de R$ 2,3 milhões. Em 2020, já foram gastos cerca de R$ 50 milhões com obras em Vicente Pires. Ano passado, o investimento chegou a R$ 140 milhões. Questionada sobre a previsão para o fim da obras, a secretaria informou que “o previsto em contrato é de conclusão em dezembro deste ano”.
Ritmo
A secretaria afirmou ter conhecimento dos principais problemas causados a comerciantes e moradores em virtude do andamento das obras. “Os últimos meses registraram chuvas acima da média no DF, inviabilizando a realização dos serviços de pavimentação. Agora, com a estiagem, os serviços de pavimentação estão em andamento nas ruas 3, 4B, 4C e 7. Nossa expectativa é de que essas importantes avenidas da região estejam pavimentadas em 120 dias”, comunicou.
A Administração Regional de Vicente Pires informou que as obras seguem em ritmo normal, sem registro de interferência por causa da pandemia. “Em momento algum ficaram paradas. As obras de pavimentação ficam mais lentas no período chuvoso. Será realizada, em breve, licitação do lote 8. O projeto foi atualizado e prevê a conclusão da pavimentação da rua 8, a construção de algumas obras de arte especiais na região, drenagem e pavimentação de condomínios, entre outros investimentos”.
Os desvios de trânsito para a construção do túnel de Taguatinga, no centro da região administrativa, começam a ser realizados nos próximos dias, de acordo com a Secretaria de Obras. Segundo a pasta, o trânsito em Vicente Pires só será alterado após a conclusão das obras dos desvios. Após iniciada, a previsão é de que a construção do túnel seja concluída em 24 meses.
"As obras não resistem a 30 dias. Depois de pronto, o asfalto derrete e tem que ser feito de novo (...) Nas partes onde as vias não estão concluídas, há capotamentos e danos nos veículos”
Gilberto Camargos, presidente Associação de Moradores de Vicente Pires
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