Cidades

PCDF investigará se dupla que ameaçou juízes de morte recebia financiamento

Os homens produziam material convocando a população para assassinar representantes dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. Eles mantinham um escritório

Correio Braziliense
postado em 21/05/2020 16:06
Um dos objetos apreendidos pela PCDFPoliciais da Delegacia de Repressão a Crimes Cibernéticos (DRCC) vão investigar se os homens presos após ameaçarem juízes de morte recebiam financiamento político ou de alguma entidade. Eles produziam material convocando a população a assassinar representantes dos três Poderes: Executivo, Legislativo e Judiciário. Os detidos são Celio Evangelista Ferreira do Nascimento e Rodrigo Ferreira. A ação ocorreu nesta quinta-feira (21/5).

Os acusados encaminharam o e-mail ameaçador na quarta-feira (20). “O Brasil chegou a um ponto onde não é mais possível resolver os problemas através da razão e do bom senso. (...) Por isso, convocamos a população para matar em legítima defesa de si mesmo e da pátria, políticos, juízes, promotores, chefes de gabinetes, assessores, parentes, amigos, protetores, e demônios de toda sorte. Matem todos (sic)”, escreveram. 

Os agentes cumpriram um mandado de busca e apreensão no escritório da dupla, no Lake Side Apart Hotel, localizado no Setor Hoteleiro Norte. No espaço, os policiais apreenderam materiais, além de HD, telefones celulares e um pen drive com a anotação “matar juízes, matar todos”. Os eletrônicos passarão por perícia da Polícia Civil. 
 
Vídeo mostra o momento em que houve as prisões: 
 
 

Segundo o delegado Dário Taciano de Freitas Júnior, da DRCC, os suspeitos produziam vasto material antidemocrático. “Entre os materiais apreendidos, encontramos um modelo de revista que determina à população que mate o presidente Jair Bolsonaro, o procurador-geral, e outros representantes políticos. Alegam que o Estado está falido e que as autoridades são verdadeiros terroristas que atuam contra a Constituição”, explica. 

Entre os materiais de divulgação, também havia diversos banners e panfletos com mensagens, grande parte que incentiva a violência: “Presidência da República — Governo do Brasil — Pelo povo no poder — encerramos o devido processo legal (mostrando imagens de pessoas mutiladas)”, “Presidência da República — Governo do Brasil — Pelo povo no poder — Convocação da população para matar”.

Segundo o delegado Dário Taciano, a apuração do caso continua. “Todos os objetos foram apreendidos, incluindo os documentos. Também encontramos listas de anotações avulsas, contendo nomes de pessoas, endereços físicos, eletrônicos, senhas, números de telefone e outras informações. Os materiais serão analisados para a auxiliar nas investigações”, garante. 

Um dos pontos a ser apurado será o locador do escritório, uma vez que o aluguel não está no nome de Celio ou de Rodrigo. “Vamos averiguar toda a atuação da dupla. Nenhuma linha de investigação será descartada. Será apurado também se há ligação com algum partido político ou entidade”, destaca.

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