Cidades

Secretaria de saúde tem 30 dias para explicar sobre equipamentos em desuso

De acordo com o Tribunal de Contas do Distrito Federal, há mobiliários e equipamentos adquiridos em 2013 e que não foram instaladas

Correio Braziliense
postado em 25/05/2020 22:29
Tribunal de Contas do DF cobra explicações da Secretaria de Saúde sobre materiais em desusoA Secretaria de Saúde do Distrito Federal tem 30 dias para prestar informações ao Tribunal de Contas do DF (TCDF) sobre a destinação adequada de diversos equipamentos e mobiliários que estão guardados em depósitos de unidades de saúde. De acordo com TCDF, há berços hospitalares e macas de transposição, além de várias câmeras de vigilância adquiridas em 2013 e que não foram instaladas.

A pasta também terá que informar sobre as providências adotadas em relação ao contrato 195/2012, com a empresa Multidata, responsável pelo fornecimento das câmeras e pelos serviços de instalação e manutenção preventiva e corretiva. Todas essas questões foram apontadas após auditorias do TCDF.  

Além do prazo de 30 dias para cumprimento das medidas, o Tribunal emitiu alerta sobre a possibilidade de aplicação de multa ao titular da secretaria, caso persista o descumprimento.

Câmeras de vigilância 


Uma auditoria realizada em 2016, pelo TCDF, apontou graves irregularidades na contratação relativa à aquisição e instalação de câmeras de vigilância. A empresa Multidata foi contratada, por meio de adesão a uma Ata de Registro de Preços do Senado Federal, para serviços que totalizavam R$ 5,3 milhões.

No entanto, o corpo técnico do tribunal apontou que a adesão foi irregular. De acordo com o TCDF, a secretaria alterou o objeto da contratação, incluindo serviços não previstos originalmente. A adesão também ocorreu fora do prazo legal de vigência da ata. Com isso, o tribunal entendeu que houve burla à Lei de Licitações ao incluir serviços não previstos na Ata de Registro de Preços do Senado Federal. A apuração dos prejuízos e dos responsáveis por esse contrato é acompanhada em outros dois processos do TCDF.

Na decisão da última quarta-feira (20/5), o tribunal determinou que, em 30 dias, a Secretaria de Saúde deverá provar que não realizou reconhecimento de dívida ou pagamento a favor da empresa sem a efetiva comprovação da execução dos serviços. No mesmo prazo, a pasta também deve informar a situação atual do contrato, se continua vigente ou não, e que medidas foram adotadas em relação a ele.

O TCDF também exige que as câmeras de vigilância recebidas e pagas sejam colocadas em uso, o que ainda não foi integralmente cumprido. “Das 320 câmeras adquiridas, 218 ainda continuavam em estoque em outubro de 2019. Além disso, a pasta não noticiou se as câmeras instaladas se encontram em funcionamento, tampouco apontou as medidas adotadas para solucionar a falta de outros equipamentos necessários ao adequado funcionamento do sistema de vigilância”, expõe o Tribunal de Contas. 

Falhas no controle de bens 


De acordo com o TCDF, desde 2017 é cobrado providências à Secretaria de Saúde. De acordo com a corte, a redistribuição dos materiais ociosos, em especial berços hospitalares e macas de transposição que se encontravam armazenados no Hospital Regional de Santa Maria (HRSM), não foi comprida. 

À época da auditoria, foram encontradas, no subsolo da unidade hospitalar, 63 bases de maca de transposição para centro cirúrgico acondicionadas em caixas, e 47 camas de berço hospitalar, alocadas nos corredores do subsolo do hospital. Segundo o tribunal, a secretaria não enviou informações sobre a destinação desses e de outros bens.

Em nota, a Secretaria de Saúde informou que, desde que a atual gestão assumiu, vem se esforçando para garantir o melhor uso de todos os materiais deixados pelos governos anteriores. De acordo com a pasta, a maior parte dos equipamentos e mobiliários listados pelo TCDF já foram distribuídos para melhor destinação. 

“Os berços e macas de transposição foram distribuídos em sua totalidade. Os mobiliários adquiridos em 2011 e 2013 foram distribuídos, restando atualmente poucas mesas penínsulas que são distribuídas conforme as demandas”, informou ao Correio. 

A pasta ressaltou que os processos de trabalho foram ajustados e, desde 2019, todos os bens permanentes, sejam mobiliários ou equipamentos médico-hospitalares ficam nos galpões apenas no período entre o recebimento até a conclusão dos trâmites de pagamento. “Uma vez que somente quando ocorre o pagamento a Secretaria de Saúde  pode incorporar os bens ao Patrimônio e proceder a distribuição por meio dos Termos de Guarda e Responsabilidade”, afirmou.


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