Cidades

Profissionais de saúde do DF reclamam da falta de equipamentos de proteção

Segundo denúncias recebidas pelo Correio, faltam equipamentos de proteção e insumos na rede pública, como o hospital de campanha instalado no Mané Garrincha. Secretaria de Saúde nega e garante que todas as unidades estão abastecidas

Correio Braziliense
postado em 26/05/2020 06:00
Profissionais que atuam no hospital de campanha no Mané Garrincha reclamam de falta de equipamentosExpostos diariamente aos riscos da covid-19, profissionais da saúde relatam dificuldades para garantir a própria segurança enquanto exercem as funções no DF. Reclamações sobre quantidade insuficiente de equipamentos de proteção individual (EPIs), sobrecarga de trabalho e falta de treinamento estão entre as denúncias. A Secretaria de Saúde nega, e garante que há EPIs disponíveis em todas as unidades e que continua realizando novas aquisições para manter sempre os estoques abastecidos.

No recém-inaugurado hospital de campanha do Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha, funcionários relatam não haver insumos e instrumentos de trabalho, como balas de oxigênio, reagentes para o gasômetro — que verifica a quantidade de oxigênio no sangue do paciente — e itens para casos de parada cardiorrespiratória. “Falta comunicação e não para de chegar paciente. Na última sexta-feira, foram 10. Entre eles, três graves e três leves. Tivemos que pedir uma bala de oxigênio para a ambulância do Hran (Hospital Regional da Asa Norte). Diante da situação, três servidores pediram demissão”, descreve um servidor que pediu para não ser identificado.

A Comissão de Direito à Saúde da Ordem dos Advogados do DF (OAB/DF) e o Sindicato dos Auxiliares e Técnicos de Enfermagem do DF (Sindate-DF) receberam queixas similares. Entre as mensagens, uma colaboradora detalha que faltam insumos como luvas, algodão e álcool. “Trabalhamos sem dignidade”, pontua.

Procurada, a Secretaria de Saúde (SES-DF) garante que a informação de falta de equipamentos não procede. “A unidade conta com quantidade suficiente de todos os itens mencionados (desfibriladores, kit de intubação e máscaras). O hospital também possui rede de gases e balas de oxigênio para todas as necessidades”, descreve. Sobre o pedido de demissão de funcionários, a pasta confirma que apenas um colaborador pediu desligamento, mas “já foi substituído no mesmo plantão, sem afetar o atendimento”.

Na nota, a secretaria também respondeu sobre outra denúncia: o fato de uma médica do Hospital Regional da Asa Norte ter sido orientada por superiores a fazer plantão mesmo com sintomas da 
covid-19. Pouco depois, exame confirmou que ela estava com coronavírus. A secretaria informou que o último plantão da servidora foi na sexta-feira. “Nesse dia, seu quadro clínico era bom e não havia sido realizado nenhum exame. Afastada das atividades no hospital desde então, ela realizou o exame ontem, e resultou positivo. Continua clinicamente bem, em quarentena domiciliar por 14 dias”, justifica o texto.

Treinamento

Os problemas relacionados a condições de trabalho e faltas de EPIs também estão entre as principais reclamações feitas ao canal de denúncias da Comissão de Direitos Humanos (CDH) da Câmara Legislativa do DF. Até agora, foram 62 relacionadas a essas questões.

Com o remanejamento necessário devido à pandemia, profissionais estão sendo destacados a trabalhar em áreas para as quais não têm o treinamento necessário. “Isso ocorre porque há deficiência de recursos humanos, mas essa falta de preparação sobrecarrega os que já estavam lá”, relata o presidente do Conselho Regional de Enfermagem do Distrito Federal (Coren-DF), Marcos Wesley. Segundo a secretaria, no entanto, todos os profissionais passam por treinamento nas próprias unidades em que atuam. “Os que prestam assistência diretamente aos pacientes com covid-19 seguem os fluxos de atendimento preconizados no Plano de Contingência da SES.”
Ibaneis veta desconto em mensalidade
O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), vetou totalmente o projeto de lei (PL) nº 1.079/2020 da Câmara Legislativa (CLDF), que propunha redução (de 30% a 50%) na mensalidade em instituições particulares de ensino durante a pandemia. Ibaneis argumenta que, apesar de “louvável", a intenção de definir a redução das mensalidades durante o plano de contingência do novo coronavírus coloca em risco a viabilidade financeira das empresas, além de ser inconstitucional.

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