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Vídeo: Após 49 dias, paciente deixa hospital recuperado da covid-19

Eduardo Custódio de Castro, 43 anos, teve alta do hospital Santa Marta, em Taguatinga Sul, na última segunda-feira (25/5)

Correio Braziliense
postado em 26/05/2020 13:52
Quando achou que melhoraria, o vigilante piorou e precisou ir para a UTIApós 49 dias hospitalizado por causa da covid-19, o vigilante de transporte de valor, Eduardo Custódio de Castro, 43 anos, voltou a respirar por conta própria e a sonhar com uma vida normal. Ele teve alta, na última segunda-feira (26/5), sob aplausos de funcionários do Hospital Santa Marta, em Taguatinga Sul, onde estava internado desde 6 de abril.

A luta contra o coronavírus foi árdua. Uma semana antes de dar entrada na unidade hospitalar, Eduardo chegou a ser diagnosticado com dengue. “Cerca de quatro dias depois, comecei a ter outros sintomas e vi que não estava normal. Tive febre de 38º, em um sábado. No domingo, a febre continuou. Comecei a ter tosses leves. Na segunda-feira, minha febre aumentou. Durante a semana, quando já sabia que estava com dengue, percebia que não tinha mais olfato e não identificava o sabor das coisas. No dia 6, fui ao hospital. Lá, já cheguei com febre e tossindo muito”, contou.

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Eduardo foi imediatamente isolado. Em seguida, realizou uma tomografia, que indicou uma provável infecção por covid-19, além do teste para a doença. Três dias depois, com o resultado positivo para o coronavírus, ele seguiu para a unidade de terapia intensiva (UTI). Dia 11, Eduardo foi entubado. “Nunca tive uma sensação tão ruim quanto essa”, lembrou.

UTI

As memórias de Eduardo após a ida para a UTI até o momento em que recuperou a consciência são baseadas em relatos de familiares. “A equipe médica mantinha minha família informada sobre meu quadro. Quando fui para a UTI, já não lembro de mais nada”, conta. A partir de então, o estado de saúde de Eduardo se agravou. “Quando comecei a fazer o tratamento, achávamos que seria uma coisa mais simples e eu teria uma recuperação rápida. Mas foi totalmente o contrário. Tive uma complicação muito grande. Meu pulmão parou de funcionar. Não é só uma gripezinha. A coisa é séria”, disse.

Intubado, Eduardo passou por hemodiálise para auxiliar a função renal, além de ser submetido a transfusões de sangue, com o agravamento do quadro e uma série  de infecções. Antes da covid-19, o vigilante já tratava-se de comorbidades, como hipertensão arterial e uma doença autoimune.  

Em estado grave e sem resposta favorável às terapias propostas, Eduardo foi submetido pela equipe do hospital a uma técnica denominada ECMO, utilizada para tratar pacientes com insuficiências cardíaca e respiratória graves. O sangue do paciente é drenado e percorre uma membrana, onde é oxigenado. Em seguida, ele é devolvido ao corpo do paciente. O objetivo do procedimento é proporcionar que o pulmão possa se estabilizar e recuperar sua função.

Recuperação

Mais estável, Eduardo deixou a UTI do Santa Marta em 14 de maio, 36 dias após dar entrada na unidade. Na última segunda-feira (26/5), o momento mais aguardado: a alta médica. “A sensação foi muito boa. De imaginar que eu lutei e venci esse vírus maldoso. Foi muita emoção. O que as equipes do hospital fizeram por mim… Eles nunca desistiram. Sempre lutaram para me ajudar. As homenagens que eu tive desde quando saí da UTI e quando recebi alta... Não tenho como expressar a emoção de ver aquilo e de saber do carinho que todos tiveram por mim”, afirmou Eduardo.

Após a alta, ele segue em recuperação e sob acompanhamento médico. Os planos, depois de tudo que passou, são modestos. “É muita alegria poder estar em casa, junto com minha família. O que eu tenho de objetivo é continuar o tratamento. É a minha prioridade para poder voltar a levar uma vida normal. Quero me recuperar logo para voltar à minha rotina”, disse.
 
 

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