Cidades

Médicos do HRT usam máscaras fora da validade, diz sindicato; SES rebate

Em visita ao Hospital Regional de Taguatinga, na terça-feira (26/5), o Sindicato dos Médicos do Distrito Federal (SindMédico-DF) apurou que profissionais de saúde sofrem com a falta de diversos equipamentos de proteção e produtos de higienização. Secretaria de Saúde diz que há "criteriosa distribuição"

Correio Braziliense
postado em 28/05/2020 13:00
Sabão para a higienização de pacientes e acompanhantes, além de papel toalha para enxugar as mãos são outros itens que, de acordo com o SindMédico-DF, estão em falta no HRTEm visita ao Hospital Regional de Taguatinga, na terça-feira (26/5), o Sindicato dos Médicos do Distrito Federal (SindMédico-DF) apurou que profissionais de saúde sofrem com a falta de diversos Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) e produtos de higienização para evitar contaminação pelo novo coronavírus
 
De acordo com o presidente do SindMédico-DF, Gutemberg Fialho, as máscaras N95, que proporcionam uma proteção maior a quem utiliza, estão sendo distribuídas aos médicos com a orientação de que sejam usadas por mais tempo do que a validade indicada. “Ampliaram a validade e, lógico, a eficácia não é a mesma”, pontua Gutemberg. De acordo com ele, as proteções têm validade de 24 horas e a Secretaria de Saúde orienta o uso por 30 dias.
  
Ainda segundo Gutemberg, além das máscaras N95, outros protetores faciais distribuídos aos médicos não são adequados. “A proteção ideal deveria ter duas camadas de TNT, como as cirúrgicas. O que não acontece”, explica.
 
O sindicato aponta ainda, no HRT, falta de álcool em gel, avental, capote (vestimenta que cobre o corpo do profissional) e protetor facial. Sabão para a higienização de pacientes e acompanhantes, além de papel toalha para enxugar as mãos são outros itens que, de acordo com o SindMédico-DF, estão em falta na unidade.

Testes

Durante a visita ao hospital, o sindicato apurou também que a investigação epidemiológica não é realizada da maneira correta. “Na enfermaria, tinha um paciente contaminado com a covid. Ele foi para o isolamento, mas os pacientes e os acompanhantes que estavam no local não fizeram a testagem. Portanto, falta testes aos pacientes e acompanhantes, além da periodicidade da testagem dos servidores de saúde, que deve ser realizada a cada 15 dias, e não está sendo feita”, afirma Gutemberg Fialho.

O que diz a Secretaria de Saúde 

Em nota, a Secretaria de Saúde do Distrito Federal afirmou que não há falta de EPI´s, no HRT, "e sim uma criteriosa distribuição, assim como em toda rede de saúde pública do DF". "A direção do HRT se preocupa com a saúde de seus servidores e sabe da importância do uso racional dos EPI's, bem como de outros insumos que auxiliem na segurança dos profissionais de saúde lotados no hospital. O uso racional dos EPI's é uma forma de garantir que todos os profissionais estejam seguros, sem desperdício, e sem falta destes equipamentos durante seu período de trabalho", diz a nota. 

De acordo com a pasta, todas as máscaras recebidas, seja por compra ou doação, passam por testagem. Ainda segundo a secretaria, os equipamentos que não são aprovados pelo Controle de Infecção Hospitalar não são distribuídos aos profissionais de saúde.

Sobre os exames para diagnósticos de coronavírus, a direção do HRT informou que "a unidade está realizando testes em todos os profissionais que atuam diretamente na linha de frente no combate à covid-19". Segundo a gestão do hospital, até o momento, 2.240 servidores foram testados, sendo 90 positivos. Já em relação aos funcionários terceirizados, 329 testes foram realizados, sendo 13 positivos.  

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