Cidades

Bares e restaurantes: 40 mil poderão ser demitidos na sexta-feira

A previsão da Associação de Bares e restaurantes leva em conta o retorno de funcionários após o período máximo de suspensão de contratos

Correio Braziliense
postado em 01/06/2020 16:29
Eilson Studart e Beto Pinheiro, sócios do grupo Coco Bambu, e o empresário Rafael Menna, da Vallute Consultoria monitoram estudo de ocupação de leitos no DFEmpresários dos ramos de restaurantes e bares do Distrito Federal se reuniram, nesta segunda-feira (1°/6), para apresentar estudos e projetos de reabertura do setor ao Governo do Distrito Federal. No entanto, o encontro marcado com o secretário de Saúde, Francisco Araújo, a secretária de Empreendedorismo, Fabiana di Lúcia, e o secretário da Casa Civil, Valdetário Andrade, foi cancelado. Sem acordo, o grupo teme a demissão de mais 40 mil funcionários, na próxima sexta-feira (5/6). Até o momento, 10 mil trabalhadores formais associados aos sindicatos da categoria perderam os empregos.

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De acordo com Beto Pinheiro, presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) e vice-presidente do Sindicato Patronal de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de Brasília (Sindhobar), a data-limite tem relação com a Medida Provisória que permitiu a suspensão dos contratos de trabalho por 60 dias. O prazo de encerramento deve ocorrer na próxima quinta-feira (4/6).

“Os funcionários vão retornar, agora na sexta, para as empresas e o que a gente vai fazer com os restaurantes fechados? Onde vamos colocar esse pessoal para trabalhar? Já foram demitidos 10 mil funcionários até esse mês no DF. Se não for feito nada vão ser demitidos mais ou menos uns 40 mil funcionários. Então, nós estamos falando de 50 mil famílias”, estimou. 

“E o DF ainda tem um implicador que é o seguinte: a cada pessoa desligada desses 50 mil, afeta pelo menos a renda de 3,3 pessoas. Então, a gente está falando, na realidade, algo perto de 200 mil pessoas impactadas”, completou Rafael Menna, empresário da Vallut Consultoria. 

Os empresários garantem que o setor é o segundo entre os maiores geradores de emprego na capital federal, ficando atrás apenas da construção civil, que não teve as atividades interrompidas no DF.  

Nas conversas realizadas até o momento, eles informam que o GDF não deu nenhum retorno positivo para a categoria. “Eles alegam que querem esperar completar 14 dias da abertura dos shoppings, mas depois de dois meses fechados, os restaurantes não podem esperar mais para ter renda. Até o momento, 360 empreendimentos já comunicaram a associação de que não vão voltar, porque quebraram”, alega Beto Pinheiro


“Nós estamos monitorando os leitos, tanto públicos, quanto privados. Todo dia atualizamos essa informação. Nós estamos com 45% de ocupação. Pelo o que estamos vendo no Brasil todo, esse é um percentual onde o gestor pode tomar essa decisão de liberar. O GDF começou essa crise com cerca de 80 leitos, então, o governo precisava  ter sido mais radical no começo para poder ter tempo de preparar os leitos. Agora o governo já fez o dever de casa, já está com quase 400 leitos e com a previsão de ir pra 800, então agora é a hora de olhar para as empresas e para os empresários”, levantou Eilson Studart, sócio do grupo Coco Bambu.

A reportagem procurou o GDF para saber por que a reunião com os empresários foi cancelada e se há algum planejamento para reabertura de bares e restaurantes, mas, até a última atualização desta matéria, não teve resposta.
 
Estiveram presentes Jamil Lessa, representante do DF Plaza; Eilson Studart, sócio do Coco Bambu; João Alberto Pinheiro, sócio do Coco Bambu; Rosário Tessier, empresário da Tratotia da Rosário; Rafael Menna, empresário da Vallute Consultoria e Nobile Hotéis; Flávio Alves, empresário do Potiguar;Laura Oliveira, empresária da Levvo e McDonalds; e Nadim Haddad, do Sindohbar e da ANR.

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