Movimento contra Bolsonaro resce nas redes sociais
Criador do movimento #Somos70porcento, o economista Eduardo Moreira tem conseguido um feito inédito nos tempos atuais: unir cidadãos com pensamentos e ideologias distintas num mesmo propósito, o de rejeição ao governo Bolsonaro, em defesa da democracia, da saúde, da cidadania e contra a violência. O movimento cresceu nas redes sociais e representa a parcela da população que considera o governo regular, ruim ou péssimo. Aos 44 anos, Moreira tem uma história de vida interessante. Ex-executivo do Banco Pactual, do qual foi um dos donos, ele era um expoente do mercado financeiro. Uma doença, no entanto, revolucionou sua trajetória. No hospital, mudou a forma de ver o mundo. A vontade de deixar um legado social aos filhos que tem com a atriz Juliana Baroni, fez com que desse uma guinada. Deixou o Pactual e passou a viver durante meses em acampamentos do MST, para conhecer a experiência e mudou a forma de encarar o desenvolvimento econômico, combatendo a desigualdade social. Eduardo Moreira é, hoje, o guru na área econômica do ex-governador Rodrigo Rollemberg (PSB). “Meu candidato a presidente!”, diz Rollemberg. Nesta semana, o #Somos70porcento, resposta à hashtag #Somos57Milhões referente aos votos de Bolsonaro, ganhou adeptos. “Na rede Instagram a hashtag #Somos70porcento tem 40 mil citações contra 2 mil da hashtag do governo... onde não tem robôs a goleada é de 10 x 1 para os anti-fascistas. Afinal de contas, maioria é maioria...”, escreveu Moreira.
Primeira mulher no BRDE
Leany Lemos deixou a Secretaria de Planejamento do governo do Rio Grande do Sul para assumir a Presidência do BRDE (Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul). Trata-se de um banco criado conjuntamente pelos governo dos estados do Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina. A ex-secretária, que atuou no governo Rollemberg, será a primeira mulher a assumir o comando do BRDE.
Só papos
“A gente amenta todos os ortos, mas é o destino e todo mundo”
Presidente
Jair Bolsonaro
“É preciso união de todos que são contra esta filosofia dos
mais fortes, deixando que os contaminados e os desarmados morram”
Ex-senador Cristovam Buarque
(Cidadania-DF)
Siga o dinheiro
R$ 1 milhão
Valor da licitação para carros blindados do Ministério do Meio Ambiente, o mesmo que, segundo a ex-ministra Marina Silva, o governo Bolsonaro gastou, até 22 de abril, com a proteção para aldeias indígenas do novo coronavírus.
À QUEIMA-ROUPA
Coronel Wellington Corsino
Presidente da Associação dos Militares Estaduais do Brasil (Amebrasil)
“O gesto do presidente ter colocado a máscara com o rasão da PMDF
e ter montado um cavalo do nosso regimento os deixou envaidecidos”
A Polícia Militar do DF apóia as manifestações contra o STF e o Congresso?
O policial militar em serviço não entra no mérito de qualquer manifestação. Ele está lá para garantir a integridade dos manifestantes, proteger o patrimônio público e garantir a ordem pública. As crenças pessoais dos policiais militares não influem no desempenho da missão recebida. Nós, policiais militares, nos balizamos pelo estado de direito e pelas determinações emanadas dos nossos comandantes.
Pode-se dizer que a corporação é aliada do presidente Jair Bolsonaro?
A PMDF trabalha na perspectiva do cidadão. Existimos por causa dele. Somos o fiel da convivência social. Os policiais são aliados e seguidores da Constituição e das leis. O presidente da República, como Comandante-em-Chefe das Forças Armadas, tem nosso respeito e nossa admiração pelo fato de ele também ser um militar. Também o admiramos pelo fato de ele compartilhar os mesmos valores militares que nós defendemos e cultuamos. O gesto do presidente ter colocado a máscara com o brasão da PMDF e ter montado um cavalo do nosso regimento nos deixou envaidecidos, da mesma forma que o MST deve ter ficado envaidecido quando os ex-presidentes Lula e a Dilma usaram o boné daquela organização.
Temos visto situações em que policiais militares demonstram
preferência pelo governo Bolsonaro, inclusive no DF.
Isso é uma sinalização política favor do presidente?
É público que o atual presidente, como militar que é, tem muitos eleitores que são militares federais e estaduais. O mesmo acontecia na “Era JK”, já que o ex- presidente Juscelino, equivalentemente, foi um oficial da Polícia Militar de Minas Gerais.
Em meio a manifestações pelo mundo de repúdio ao assassinato de um homem
negro por um policial nos Estados Unidos, um PM agrediu um negro em Planaltina. Há racismo na corporação?
A PMDF é composta de homens e mulheres de todas as etnias, de todas as religiões, assim como acontece nas Forças Armadas. Como somos o somatório do grupo social a que pertencemos, afirmo que não aprendemos racismo nas nossas academias e escolas militares. Pelo contrário, aprendemos a ser plurais em pensamento, palavras e atos, bem como tolerantes com o próximo. Na nossa atividade estamos sujeitos a muito estresse e, em algum momento, alguém pode sair da normalidade psicológica/técnica e praticar um ato também anormal e que uma vez acontecido é investigado e punido por nós (justiça militar e nossos rígidos códigos disciplinares) e pela justiça comum também. Posso garantir que não existe racismo exposto na nossa instituição. Mas, se houver alguma manifestação, iremos reprimir e punir exemplarmente. Entendo que não podemos comparar a situação do policial norte-americano com a nossa realidade. Mas, entendo que antes de ser um crime de racismo perpetrado por ele, creio ter sido um crime onde a imperícia e a negligência foram as causas determinantes. A reação popular foi fruto das antigas cicatrizes de racismo da sociedade americana. Quando um jornalista, assassina sua esposa não quer dizer que todos os jornalistas são propensos a cometer crimes dessa natureza. Por essa razão, devemos ter cuidado nas comparações e generalizações sem levarmos em conta as diferenças de realidades sociológica, antropológica, psicológica e cultural.
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