Correio Braziliense
postado em 03/06/2020 04:15
Com a proximidade do encerramento do prazo da Medida Provisória do governo federal, que permitiu a suspensão dos contratos empregatícios por 60 dias, empresários dos setores de bares, restaurantes e hotéis pressionam para que o GDF escute a proposta de reabertura destes segmentos. Em entrevista ao programa CB. Poder de ontem, parceria da TV Brasília com o Correio Braziliense, o presidente do Sindicato Patronal de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de Brasília (Sindohbar), Jael Antônio da Silva, reafirmou a possibilidade de demissão de mais 40 mil pessoas, e adiantou que o projeto de lei que visa auxiliar o setor, apresentado pelo Executivo, não atende aos anseios da categoria. A entrevista na íntegra pode ser acessada no YouTube do Correio.
O senhor já viveu algumas crises, mas como avaliar essa atual?
Eu diria que é nefasta. Em 2019, nós estávamos começando a achar os trilhos, nós estávamos começando a animar. Você fazia uma pesquisa com o empresário e via que ele estava muito esperançoso de que ia ser um ano tal, mas a fé mesmo era em 2020. Esse era para ser um ano de crescimento. Isso deve ser muito difícil. Essa crise é uma tragédia.
Existe alguma esperança de que vocês sejam recebidos pelo governador? O senhor acha que há um excesso de zelo do GDF em relação ao setor?
Não. O excesso de zelo, na verdade, é uma preocupação que eu entendo que um governante tem que ter, afinal de contas,a responsabilidade da abertura é dele. A nossa é a de tentar mostrar que nós temos condições de fazê-la, que nós não suportamos mais alguns dias fechados, porque, se não, a nossa mortalidade será assombrosa, nos dois sentidos. O governador tem que nos receber imediatamente, porque nós precisamos demonstrar para ele esse quadro lamentável e perigoso. Se houver uma demissão, da forma como nós estamos imaginando, será caótico para a cidade.
O senhor falou que aquela linha de crédito de R$ 1,5 bilhão do BRB já acabou. Para tentar manter as empresas de pé, há a necessidade de mais crédito?
O governo federal tem que fazer alguma coisa. O GDF encaminhou um pró-crédito para a CLDF. Não atende a gente, porque, primeiro, o valor do empréstimo é para empresa que tenha faturamento em 2019. E o estabelecimento que abriu em janeiro, fevereiro e março? Ele está exigindo que mantenha-se o nível de empregabilidade previsto no dia 29 de fevereiro, ora, antes da pandemia.
Isso o senhor atribui ao quê? Ao fato de, talvez, os parlamentares também não conversarem com representantes do setor?
Não, esse projeto foi apresentado pelo próprio governador Ibaneis. Ele se comprometeu em uma determinada reunião, que eu, inclusive, participei por videoconferência, que ia ajudar o setor, mas esse projeto não nos ajuda. Até porque, cá para nós, quem vai fazer as regras, a carência, a taxa de juros é o BRB. Por que um banco vai fazer a regra, dizendo ‘tá aqui para você o dinheiro de graça, pague quando puder, na hora que você puder e se puder’? É isso que nós estamos precisando. Tem que ser um pague quando puder.
Acha que falta boa vontade?
A boa intenção tá feita, mas como a gente diz, de boas intenções o cemitério está cheio. Precisamos de coisas práticas. Há alguns deputados que estão se empenhando, como, por exemplo, o Eduardo Pedroza, que até me encaminhou esse projeto e pediu minhas sugestões. Mas, tem que fazer uma reformulação completa, porque se não fizer, ele não vai atingir o pequeno empresário. Nós precisamos que esse empresário seja atendido; se ele não for, o estabelecimento irá fechar. E ele é a maioria, nós somos 90% de pequenos empresários no DF, e somos os que mais empregam.
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