Correio Braziliense
postado em 08/06/2020 04:14
O sistema penitenciário do Distrito Federal ultrapassou os mil casos confirmados de coronavírus. De acordo com o boletim mais recente da Secretaria de Saúde, publicado às 18h de ontem, o número de presos infectados pela covid-19 chegou a 809. Até a última sexta-feira, os policiais penais com a doença eram 235, segundo dados atualizados da Secretaria de Segurança Pública do DF (SSP-DF). Sendo assim, 1.044 ocorrências foram registradas no setor. Até o momento, três pessoas morreram com o novo vírus: dois detentos e um policial penal.
“Semana passada, fizemos uma carta para o governador, porque a gente considera que as medidas tomadas pelo governo não têm sido tão boas como a gente esperava. Está havendo muito descaso. Recebemos informações, mas não sabemos até onde é verídico”, disse Mariana Rosa, presidente da Associação Humanizando Presídios do DF (Ahup-DF), uma das associações que representam familiares de presidiários. Ela ressalta que uma das maiores preocupações dos familiares dos detentos é a falta de informação. “Eles sabem que os casos aumentam a cada dia, mas não sabem o nome dos infectados, se é um parente ou não. Já não tem as visitas, a falta de informação tem deixado as famílias desesperadas”, conta.
Uma das reivindicações da Ahub-DF é de que exista um sistema virtual com os dados dos detentos com coronavírus. “O governo está negligenciando e omitindo informações importantes. Isso é direito das famílias. Elas já perderam o direito de visitar”, disse Mariana. “Os agentes contaminados também nos preocupam, porque, pelo que sabemos, o efetivo é pequeno e são muitos contaminados. Se a pessoa apresenta sintomas, não tem condições de trabalhar. Assim, ficam desguarnecidos, dando abertura a motins. Isso é muito sério”, destaca Mariana.
A SSP-DF afirma que tem adotado uma série de medidas para resguardar os agentes e exercer o dever do Estado de garantir o bem-estar dos sentenciados. Além disso, ressalta que o trabalho de prevenção e de enfrentamento à covid-19 no sistema prisional é realizado de forma alinhada com a Secretaria de Saúde, a Vara de Execuções Penais e o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT).
Até a última sexta-feira, foram aplicados pela Secretaria de Saúde cerca de 5,6 mil testes em internos e policiais penais. De acordo com dados do Departamento Penitenciário Nacional (Depen), o DF é a unidade da Federação responsável por quase 70% de todos os testes realizados no sistema penitenciário do Brasil.
Segundo a SSP-DF, em decorrência do novo coronavírus, um policial penal encontra-se internado na rede hospitalar particular do DF com sintomas moderados. Os recuperados retornaram aos postos de trabalho. Os reeducandos que apresentam algum tipo de agravamento no estado de saúde são imediatamente encaminhados para o Hospital Regional da Asa Norte (Hran). Os demais contaminados são acompanhados por equipes de saúde nas próprias unidades prisionais.
Agressão na Praça dos Três Poderes
“Ouvimos algo bater no carro, que tinha duas crianças, de 3 e 10 anos, então saímos para nos defender. Lá fora, um homem de boné me deu um soco tão forte que meu celular caiu no chão”. Esse foi o relato feito pela estudante Kimberlly Oliveira, 24 anos, agredida por apoiadores do presidente Jair Bolsonaro durante ato realizado por volta das 19h30 de sábado, na altura da Praça dos Três Poderes. Ela, uma amiga e os menores passavam pelo local quando o veículo em que estavam levou chutes, pedradas e pauladas. De acordo com a estudante, as agressões foram gratuitas. “Um homem que estava no protesto viu que eu estava de cara fechada, me encarou de fora do carro e quis tirar satisfação”, explica. “Apenas falei que aquilo era ridículo e ele começou a me chamar de p*, vagabunda, comunista, demônio, entre outros nomes ainda mais pesados”, conta a jovem. A PM informou em nota que “foi acionada por uma mulher que disse ter sido agredida por manifestantes”, mas que “os militares conversaram com ela com o intuito de identificar os possíveis agressores” e ela não soube apontar quem seriam os responsáveis. “É uma sensação de injustiça muito grande”, disse a jovem, que publicou, nas redes sociais, vídeos e fotos do momento da violência.
Agressão na Praça dos Três Poderes
“Ouvimos algo bater no carro, que tinha duas crianças, de 3 e 10 anos, então saímos para nos defender. Lá fora, um homem de boné me deu um soco tão forte que meu celular caiu no chão”. Esse foi o relato feito pela estudante Kimberlly Oliveira, 24 anos, agredida por apoiadores do presidente Jair Bolsonaro durante ato realizado por volta das 19h30 de sábado, na altura da Praça dos Três Poderes. Ela, uma amiga e os menores passavam pelo local quando o veículo em que estavam levou chutes, pedradas e pauladas. De acordo com a estudante, as agressões foram gratuitas. “Um homem que estava no protesto viu que eu estava de cara fechada, me encarou de fora do carro e quis tirar satisfação”, explica. “Apenas falei que aquilo era ridículo e ele começou a me chamar de p*, vagabunda, comunista, demônio, entre outros nomes ainda mais pesados”, conta a jovem. A PM informou em nota que “foi acionada por uma mulher que disse ter sido agredida por manifestantes”, mas que “os militares conversaram com ela com o intuito de identificar os possíveis agressores” e ela não soube apontar quem seriam os responsáveis. “É uma sensação de injustiça muito grande”, disse a jovem, que publicou, nas redes sociais, vídeos e fotos do momento da violência.
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