Coronavírus: homem espera mais de seis horas para conseguir leito no Hran

O paciente de 51 anos chegou na unidade às 18h e teve que esperar sentado para conseguir internação até a meia-noite. Secretaria de Saúde confirmou espera

Correio Braziliense

postado em 09/06/2020 15:35

Um homem de 51 anos, positivo para o novo coronavírus, relatou, nesta segunda-feira (9/6), descaso no atendimento no Hospital Regional da Asa Norte (Hran). O paciente estava internado no Hospital Regional de Planaltina (HRP) desde quarta-feira (3/6) e teve que ser transferido para a unidade na Asa Norte, mas ao chegar no local, recebeu a notícia que não havia leito. Segundo o filho, Maurício Vieira, 27 anos, o pai chegou às 18h no Hran e só consegui atendimento por volta de meia-noite.

“Entrei em contato com ele e ele me disse que estava há mais de duas horas sentado numa cadeira, isso mesmo, ele passou quase uma semana internado em Planaltina , necessitando do auxílio de oxigênio para ser transferido pro hospital de referência e ser largado numa cadeira”, reclamo o filho. 

 

Em áudio encaminhado para Maurício, o pai reclama de dor nas costas e pede para o filho buscá-lo no hospital. “Não dá para ficar aqui mais não. Me leva para casa!”, pede o pai. Maurício conta que, durante a espera, o pai usava oxigênio da ambulância. O homem é diabético e hipertenso. Maurício foi até o Hran para tentar contato com a chefia responsável pela unidade, mas não conseguiu ser atendido. 

Em áudio enviado ao Correio, a mãe de Maurício tenta buscar informações no hospital, mas ninguém conseguiu esclarecer a situação do paciente. Em resposta, a Secretaria de Saúde confirmou que o paciente foi transferido do Hospital de Planaltina à tarde e "ficou algum tempo em cadeira no pronto-socorro, enquanto aguardava remoção para o sexto andar, onde foi internado à noite". O Hran acrescentou que os familiares dos pacientes internados são informados diariamente, por meio de ligação telefônica, sobre o estado do paciente, como está o tratamento e exames realizados. "Por questões sanitárias as visitas foram suspensas, para evitar risco de contaminação", informou.