Cidades

786 mortes até julho, prevê Codeplan

Projeção é de que, até o dia 7, o Distrito Federal chegue a 64.407 casos confirmados. Distanciamento social segue como principal forma de barrar o avanço do coronavírus, segundo especialistas. Ontem, houve nove óbitos e 1.142 novas notificações

Correio Braziliense
postado em 10/06/2020 04:17
Comércio de Ceilândia fechado desde segunda-feira: medida emergencial para tentar conter o avanço do coronavírus na cidade com mais casos
Novo estudo divulgado pela Companhia de Planejamento do Distrito Federal (Codeplan) mostra que, até 7 de julho, 786 pessoas terão morrido por causa da covid-19 na capital e 64.407 casos da doença serão confirmados. A estimativa usa como referência notificações e óbitos confirmados até 7 de junho e, por meio de técnicas estatísticas, calcula a evolução da doença. De acordo com análise da Codeplan, até domingo, haverá 22.782 pessoas contaminadas e 291 óbitos.

Ontem, o DF registrava 18.090 pessoas diagnosticadas com a covid-19, e 214 mortes. No total, foram nove óbitos e 1.142 casos a mais do que na segunda-feira. Além disso, a Secretaria de Saúde contabiliza 22 mortes de pessoas que moravam em outras unidades da Federação.

O estudo da Codeplan mostra que há alteração constante na trajetória de expansão de casos acumulados no Distrito Federal. Inicialmente, o número estava em crescimento, mas apresentou desaceleração a partir da segunda semana da chegada do vírus, iniciada em 29 de março, em virtude das medidas de contenção e de isolamento adotadas pelo Governo do Distrito Federal.

No entanto, a velocidade de crescimento dos casos aumentou recentemente, o que coincidiu com a gradual liberação de mais atividades na capital e a queda do distanciamento social. O estudo destaca que as mudanças no grau de isolamento podem modificar o cenário e, por consequência, ter impacto sobre a taxa de expansão de casos. Na semana de 31 de maio a 6 de junho, a taxa de crescimento diário registrada foi de 7,1%. Com esse percentual, o número de confirmações levaria de 10 a 11 dias para dobrar.

O boletim também destaca que Ceilândia é a região administrativa que mais preocupa. Até 7 de junho, eram 1.970 infectados e 42 vítimas da doença. Por causa dessa realidade, o GDF fechou a maioria das atividades comerciais na região —  além de Sol Nascente e Estrutural — por 72h, a partir de segunda-feira. A medida pode ser prorrogada, caso o Executivo local considere que a disseminação do vírus continua acima do esperado nessas regiões.

A Codeplan também analisou o impacto de pacientes do Entorno. Até 7 de junho, havia 1.164 confirmações de moradores dos municípios vizinhos. Do total, 27,1% — 315 registros — são de pessoas que moram em Águas Lindas (GO). Valparaíso é a segunda cidade com o maior número de contaminados: 188.

Controle
Apesar da evolução no número de casos e de mortes, a Secretaria de Saúde avalia que a estrutura da rede de saúde pública no Distrito Federal será suficiente para controlar a pandemia sem que ocorra colapso do sistema. “A capacidade de atendimento dos casos mais graves se encontra adequada, tanto que o DF apresenta a menor taxa de letalidade do país (1,3%) e, de acordo com as projeções, seguirá suficiente para o atendimento dos pacientes durante a pandemia. Os demais insumos, como EPIs e respiradores, também são suficientes”, informou a pasta, em nota.

Regras mais rígidas, como o fechamento de atividades comerciais em mais regiões, não estão descartadas, segundo a Secretaria de Saúde. Novas medidas restritivas poderão ser adotadas, a depender da evolução da pandemia e do cumprimento das medidas de segurança definidas pelo Executivo.

A principal forma de conter a disseminação da covid-19 no DF e reduzir a velocidade do crescimento do número de casos e de mortes segue sendo o distanciamento social, segundo o epidemiologista da Universidade de Brasília (UnB) Wildo Navegantes. “Com isso, você consegue evitar o contágio e é possível impedir que a quantidade de pessoas com a doença seja suficiente para saturar o sistema de saúde”, explica.

O funcionamento da maioria das atividades comerciais em quase todo o Distrito Federal preocupa o especialista. Para ele, o ideal seria que o procedimento adotado fosse o inverso. “A flexibilização do comércio naturalmente faz com que as pessoas saiam de casa para resolver problemas, até porque elas estavam esperando por isso, e aumenta os riscos de propagação e de complicações”, alerta.

De acordo com o boletim da Codeplan, o distanciamento social no DF, em 7 de junho, era de 47,7%. No início da pandemia, em março, o percentual chegou a ser de 65,6%. Os dados usados para a análise são da Inloco, empresa de geolocalização que mede o índice de isolamento em todo o país.



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