Cidades

Obras de Niemeyer viram pista de skate em documentário

Filme "Sonhos Concretos - o skate encontra Niemeyer" mostra os atletas Pedro Barros e Murilo Peres fazendo manobras em locais como Congresso Nacional e Catedral de Brasília

Correio Braziliense
postado em 10/06/2020 17:44
Skatistas fizeram manobras na rampa do Congresso Nacional "Tu já viu alguém andando de skate aqui alguma vez na tua vida? Lá em cima, alguém já andou?" Essas foram as perguntas feitas pelos skatistas Pedro Barros e Murilo Peres ao sorveteiro que trabalha em frente ao Congresso Nacional. Depois da resposta negativa, os dois subiram nas pranchas e deslizaram pela rampa que leva ao teto da construção, sede do poder legislativo brasileiro. Tudo gravado para o documentário que estreou nesta quarta-feira (10/6): "Sonhos Concretos - O skate encontra Niemeyer", projeto em parceria com a Red Bull
 
Os atletas também praticaram manobras nos sinos da Catedral Metropolitana Nossa Senhora Aparecida, e na praça do Museu Nacional. Além de Brasília, São Paulo, Belo Horizonte, Niterói e Rio de Janeiro fazem parte das locações.
 
Pedro se destaca no esporte desde criança. Aos 12 anos, teve a primeira vitória em uma competição profissional e, de lá para cá, vem acumulando títulos, incluindo a medalha de ouro nos X Games. Atualmente, é campeão mundial de skatepark, modalidade em que é especialista.
 
Murilo também é referência no skate, e parte da seleção brasileira desde 2018. Ao lado do irmão, ele criou a empresa Pug Skateparks, especializada na construção de pistas de skate. Sonhos concretos nasceu do sonho dos dois atletas, e contou com a direção de Hugo Haddad. "A gente queria um projeto nacional porque o Niemeyer é um ícone nacional para o mundo, assim como o Pedro e o Murilo. Tivemos uma preocupação de mostrar o Brasil ali", explica Hugo.
 
Sino da catedral também virou pista para os atletas As gravações ocorreram entre setembro de 2019 e janeiro de 2020, todas com a devida autorização dos responsáveis pelas construções. Um dos locais preferidos da equipe foi a famosa Casa das Canoas, no Rio de Janeiro, que era  residência do arquiteto e foi construída em 1953.
 
O projeto é rodeado pela Mata Atlântica e encravado em uma encosta. "Foi muito especial, porque a gente sentiu que estava conhecendo ele um pouco mais, não só o trabalho dele. A gente entrou lá, viu onde ele dormia, e isso foi incrível", relata o diretor.
 
Outras locações também conquistaram. "Brasília foi um ponto especial também. Andar no Congresso, nos sinos da igreja, é conhecer um pouco a trajetória do Niemeyer para o país. A gente percebeu que esse projeto é uma retribuição, uma homenagem ao Niemeyer, porque ele fez a nossa capital ser uma das mais conhecidas no mundo."
 
Apesar das performances radicais, e algumas quedas, ninguém se machucou durante as gravações. "Era um filme que, por mais que a gente estivesse em alta performance, a gente estava preocupado em se divertir. Muitas vezes a gente vê eles fazendo as manobras com sorriso no rosto", elogia Hugo, que agora espera passar a pandemia para começar a gravar  um novo projeto. Por enquanto, a equipe comemora o sucesso do documentário.

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