Correio Braziliense
postado em 11/06/2020 04:17
Os casos de dengue crescem a cada semana no Distrito Federal — são quase 35 mil registros da doença durante os cinco primeiros meses do ano. Para combater o Aedes aegypti, o Colegiado de Gestão da Secretaria de Saúde do DF aprovou o Plano de Enfrentamento da Dengue e Outras Arboviroses (2020 — 2023). O documento traz ações de combate à doença, além de chikungunya e zika. A decisão foi publicada no Diário Oficial do Distrito Federal (DODF) de ontem, e a íntegra está disponível no site da pasta.
O plano tem o objetivo de ampliar a capacidade de resposta integrada dos serviços de Assistência e de Vigilância do DF e, assim, reduzir a incidência e os óbitos causados pelas doenças transmitidas pelo Aedes aegypti. O documento divide as orientações em três eixos: vigilância, mobilização e apoio logístico, e determina as responsabilidades de cada setor.
A Vigilância Entomológica, por exemplo, deve realizar visitas diárias aos imóveis da capital federal para detecção, instrução, coleta de dados e eliminação de focos larvários. O monitoramento da infestação do Aedes aegypti por amostragem deve ser feito, pelo menos, quatro vezes ao ano, com, no mínimo, 80% de cobertura. O documento ainda destaca como devem ser feitas as investigações de casos suspeito de dengue e a divulgação das informações, além de fortalecer a notificação da rede privada, com definição de óbitos suspeitos e amostras para exames.
O plano é dividido em quatro níveis de ativação das ações e define as medidas a serem tomadas em cada uma delas. Os níveis vão desde o período de baixa transmissão, quando a incidência por semana permanece abaixo de 100 casos por 100 mil habitantes, até o nível mais grave — situação de emergência — , com incidência de 300 casos por 100 mil habitantes.
Casos
De acordo com o boletim mais recente da Secretaria de Saúde, divulgado na última semana, nos primeiros cinco meses do ano foram registrados 34.456 casos de dengue e 25 mortes no Distrito Federal — um aumento de 2,1 mil novas ocorrências e mais seis mortes registradas em duas semanas. O número de óbitos é menor, se comparado ao mesmo período do ano passado, quando 32 pessoas perderam a vida pela enfermidade. Porém, houve um aumento de 44,2% no número de casos em relação a 2019, quando o DF tinha 23.890 ocorrências de dengue na mesma época.
Ceilândia continua sendo a cidade com o maior número de notificações prováveis da doença: 4.146. Em seguida, aparecem Gama (4.108) e Santa Maria (3.117). Taguatinga conta com 2.580 casos, seguida por Samambaia (2.557) e Guará (2.257). O Setor de Indústria e Abastecimento (SIA) é a região com menos registros: nove. A baixa incidência também ocorre no Sudoeste/Octogonal (71). As duas regiões não tiveram aumento de casos nas últimas duas semanas de maio.
Ações
Na última terça-feira, o Núcleo de Vigilância Ambiental de Samambaia, junto ao Comando do Exército, fez a inspeção de 324 casas na QR 120, de Samambaia Sul. O intuito é orientar os moradores sobre os cuidados com os locais que podem virar foco do Aedes aegypti. Ontem, a equipe supervisionou os imóveis das quadras 400, de Samambaia Norte, e contou com o apoio do Corpo de Bombeiros.
Moradora de Samambaia há 13 anos, a vendedora Raíssa Melo, 29 anos, teve dengue no início do ano. Para ela, as ações deveriam acontecer diariamente em todo o DF. “Eu sofri demais com a doença, e é triste saber que mais de 30 mil pessoas passaram pela mesma situação. O governo deve atuar antes de chegar a esse número. Agora, espero que não seja tarde e que não tenha mais tantas vítimas”, disse. “Espero que venham na minha quadra também (QR 602) para fiscalizar, porque o que mais encontramos são focos de dengue. Sei que a população tem culpa, mas as ações de conscientização são muito importantes”, destaca.
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