Cidades

Pandemia derruba as vendas do Dia dos Namorados: 42% a menos

Enquanto em 2019 faturamento do comércio na data alcançou R$ 150 milhões, este ano não deve passar de R$ 90 milhões, estima o Sindivarejista-DF. Entre os presentes mais procurados pelos brasilienses estão calçados, roupas e perfumes

Correio Braziliense
postado em 12/06/2020 06:00
Shoppings registraram pouco movimento na véspera da celebração, que costuma ser uma das mais lucrativas para o setorO comércio do Distrito Federal registrou pouco movimento às vésperas do Dia dos Namorados. Apesar da recente autorização para reabertura da maior parte das lojas de rua e de shoppings, o fluxo de clientes em uma das datas mais lucrativas do ano deixou o setor pessimista. De acordo com o Sindicato do Comércio Varejista do DF (Sindivarejista-DF), as vendas devem cair 42% em relação a 2019, quando foram injetados R$ 150 milhões com a compra de presentes. Este ano, as estimativas da entidade sinalizam para receita entre R$ 80 e R$ 90 milhões. Entre os presentes mais procurados pelos brasilienses estão calçados, roupas e perfumes.

Para o presidente do Sindivarejista-DF, Edson de Castro, a pandemia do novo coronavírus deixou o consumidor cauteloso quanto às despesas. “Muita gente sofreu redução salarial e isso tem um peso significativo na economia. O gasto médio com presentes deve cair para R$ 130, contra R$ 180 do ano passado”, ponderou. Em decorrência da crise, o total de pessoas sem emprego no DF pode chegar a 360 mil no fim de julho.

O presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas do DF (CDL-DF), José Carlos Magalhães Pinto, disse que a baixa procura por presentes em lojas físicas tem deixado o setor desanimado. “Boa parte dos brasilienses pediu presentes pela internet, o que inclui lojas que não são do DF, ou seja, faz com que as perspectivas são sejam tão boas para os negócios locais”, avaliou. “O problema não é comprar on-line, mas é dar preferência a quem vende no DF”, destacou.

Prevenção

Os dias que antecedem a data comemorativa geralmente atraem mais consumidores aos shopping centers. Este ano, no entanto, a realidade é diferente. O superintendente do Brasília Shopping, na Asa Norte, Geraldo Melo, contou que, notoriamente, o consumidor está consciente dos cuidados necessários para evitar contaminações. “O consumidor ficou mais objetivo. Ele chega ao shopping, compra o que precisa comprar e vai embora rapidamente. Nosso objetivo não é ter um shopping lotado. Mas, sim, estar de portas abertas com a segurança necessária, disponibilizando ao nosso público uma opção de compra que respeita todas as medidas de proteção”, afirma.

Dono da Nano Garden, o empresário Eiiti Yuri conta que as vendas para o Dia dos Namorados estão inferiores às do Dia das Mães — comemorado em 9 de maio. Como a loja começou nas redes sociais e depois foi para um espaço físico, ele diz que não consegue comparar precisamente a movimentação com a data nos anos anteriores, mas, ainda assim, percebeu uma queda no movimento. “Posso dizer que a gente está conseguindo vender. Nossa divulgação maior é na internet, porque começamos lá. Tivemos algumas encomendas antecipadas, e isso tem ajudado”, afirma. Os terrários são os produtos mais procurados na loja nesse período. “A gente personaliza e consegue reproduzir o local onde o casal se conheceu ou deu o primeiro beijo. As pessoas procuram isso”, detalha.

A estudante de odontologia Aline Ramos, 24 anos, deixou para comprar o presente para o namorado ontem. Ela esperava encontrar o comércio mais cheio, porém, surpreendeu-se com o vazio no Taguatinga Shopping. “A ideia era comprar pela internet, porque queria evitar sair de casa, mas não deu certo. Decidi vir hoje (ontem). Até preferi pegar um Uber, porque imaginei os estacionamentos lotados, como sempre, mas não. Por um lado, é bom, porque as pessoas estão mais em casa. Por outro, é triste, porque as lojas estão bem vazias e tem gente que depende daquilo para viver”, pondera. “Espero, do fundo do meu coração, que isso acabe logo e que tenhamos as nossas vidas de volta.”


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