Correio Braziliense
postado em 12/06/2020 13:30
Durante a pandemia, enquanto o Zoológico de Brasília permanece fechado, os casais de animais também comemoram o dia dos namorados, celebrado nesta sexta-feira (12/6). Para isso, os “moradores” do zoológico contam com uma equipe especializada em encaminhar representantes de algumas espécies a uma vida a dois.
Atualmente, o zoológico conta com cerca de 40 casais, dentre aves e mamíferos, que fazem parte de programas de conservação. Um desses pares é o formado por Tucupi e Amarantos, primatas criticamente ameaçados de extinção da espécie sauim-de-coleira. Tucupi, o macho, já vivia no Zoológico de Brasília, enquanto a fêmea, Amarantos, chegou de um resgate em Manaus (AM), feito pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). O arranjo ocorreu em 2018, com a recomendação de pareamento entre Tucupi e Amarantos, que deu à luz no início deste ano.
Para que uma reprodução dê certo entre os casais indicados ao cruzamento, além de fazer a aproximação e o pareamento, a equipe técnica precisa montar o cenário que estimule os participantes. “Para incentivar a reprodução, a gente deixa o recinto o mais confortável e aconchegante possível, com um clima agradável”, conta a superintendente de conservação e pesquisa do Zoo, Luísa Helena Rocha. “Assim, os animais se sentem à vontade e ambientados. A gente também oferece acompanhamento médico-veterinário e nutricional”.
Saiba Mais
As recomendações de pareamento são feitas anualmente por especialistas, chamados studbook keepers. Esses profissionais que organizam a população de espécies ameaçadas no Brasil e no mundo e, de acordo com dados genéticos, indicam qual indivíduo pode reproduzir e com quem. Isso acontece para garantir que a população mantida sob cuidados humanos seja geneticamente saudável e que contribua, no futuro, para o reforço das populações em vida livre.
Acordo de cooperação
Em 2018, a Associação de Zoológicos e Aquários do Brasil, o Instituto Chico Mendes para Conservação da Biodiversidade e o Ministério do Meio Ambiente assinaram um Acordo de Cooperação Técnica (ACT) para atuar na elaboração, implementação, manutenção e coordenação dos programas de manejo em cativeiro de espécies ameaçadas em zoológicos e aquários brasileiros.
O acordo aborda 25 espécies prioritárias, entre mamíferos, aves, répteis, anfíbios e peixes, para a execução do acordo. O trabalho de conservação dessas espécies é importante para proteger também seus habitats e espécies relacionadas, pois muitas delas provocam o “efeito guarda-chuva”: sua conservação, por consequência, promove a conservação de vários outros animais que participam do ecossistema, sendo um enorme passo para a conservação da fauna brasileira.
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