Correio Braziliense
postado em 13/06/2020 06:00
O Dia dos Namorados foi movimentado na capital, apesar da pandemia do novo coronavírus. Segundo o Sindicato do Comércio Varejista do Df (Sindivarejista), o dia de ontem registrou uma melhora nas vendas, se comparado ao resto da semana. Mesmo assim, o faturamento para a data é o menor registrado até hoje, no Distrito Federal. “O consumidor está muito cauteloso e comprando apenas o necessário. O alto índice de desemprego fez com que atingíssemos a pior marca do setor varejista no DF”, observou o vice-presidente do sindicato, Sérgio Abritta.Apesar do impacto financeiro, o aumento do fluxo surpreendeu vendedores e comerciantes. “O brasiliense tem costume de deixar para comprar em cima da hora e, hoje (ontem), não foi diferente”, reparou Higor Rocha, 24 anos, funcionário de um quiosque que vende roupas e calçados masculinos, no Conjunto Nacional. Segundo o vendedor, até o início da tarde de ontem, a loja havia vendido cerca de R$ 2.500. “O número de vendas foi bom, principalmente, porque, durante a pandemia, é comum vendermos cerca de R$ 1 mil por dia”, comentou. Para o fim de semana, porém, a expectativa não é a mesma. “Como a data já vai ter passado, acredito que o movimento será menor”, opinou Higor.
Levantamento feito pelo Sindivarejista constatou que as vendas nos comércio de rua e de shoppings do DF, durante o Dia dos Namorados, sofreu queda de 42% comparado a 2019, quando houve crescimento de 5% no faturamento, e foram injetados R$ 150 milhões na economia do Distrito Federal. Neste ano, a estimativa de vendas é de R$ 80 a R$ 90 milhões. De acordo com o sindicato, os artigos mais vendidos, durante esta semana, foram roupas, perfumes e celulares, e o gasto médio por consumidor foi de R$ 130.
A movimentação provocada pela data comemorativa foi visível, e quem deixou para comprar o presente em cima da hora, não se arrependeu. A reportagem observou que diversos estabelecimentos apostaram em promoções para chamar a clientela, principalmente, nos setores de alimentos (chocolates), vestuários e calçados. Webert Alves Souza, 20, comprou bombons para a esposa. O presente estava com 50% de desconto. “Não consegui vir antes por conta do trabalho, então, tive que comprar no dia mesmo. Não esperava que o preço caísse tanto. Gostei”. Como a loja estava controlando a entrada dos clientes para evitar aglomeração, ele teve que esperar cerca de 10 minutos do lado de fora, mas não reclamou. “É um cuidado necessário. A espera faz parte, mas com 6 anos de casado, não podemos deixar de comemorar”, avalia.
Para presentear a namorada, vendedora em uma loja de roupas, o atleta Bryan Bernardo Parreira, 17, decidiu fazer uma surpresa. Ele foi até o trabalho da amada, no Conjunto Nacional, presenteá-la com um buquê, mas, ao invés de flores, o arranjo estava repleto de maquiagens e chocolates. “Ela estava no balcão atendendo, e cheguei de surpresa. Na hora que ela me viu, encheu os olhos de lágrimas e ficou tremendo, pois não sabia que eu iria lá levar algo”, conta. Apesar da distância, o primeiro Dia dos Namorados durante a pandemia ficou marcado para o casal. “Ela amou, pois adora maquiagem e chocolate. É uma data importante, e não podíamos deixar passar em branco”, disse o rapaz.
Com a correria devido à decisão de morar juntos, o casal Moriah Rickli, 25, e Bruna Menezes, 25, acabou esquecendo da data. “Nem lembramos do Dia dos Namorados por conta de tanta coisa para resolver. Hoje (ontem), viemos comprar uma geladeira e uma cama e acabamos lembrando da data. Achamos legal comprar algum objeto que represente a mudança e que, ao mesmo tempo, seja um presente para nós dois”, conta Moriah.
Com as ofertas do Dias dos Namorados, teve também quem aproveitou a data para presentear familiares, como a aposentada Marileide Machado, 70. Ontem, ela foi a um shopping na Área Central de Brasília para comprar roupas de cama para os netos. “O presente era necessário, principalmente por conta do frio. Como sou viúva, não comemoro mais a data, mas sempre é bom retribuir amor”, diz. Apesar da pandemia, Marileide encontrou um ambiente tranquilo e seguro. “A loja em que fui estava vazia, e todos respeitavam as medidas de segurança. Me senti confortável para retornar”, analisa.
Baixo consumo
Para alguns lojistas, o movimento de pessoas nos shoppings não se traduziu em faturamento. O vendedor Marcus da Silva achou que as vendas foram poucas na loja onde trabalha. As promoções não foram suficientes para atrair o consumidor. “Observei uma grande quantidade de pessoas hoje (ontem), mas não em relação às compras. As pessoas estão mais olhando e passeando do que consumindo”, comenta. “O consumo melhorou com o Dia dos Namorados, mas não foi o esperado”, lamenta.Para que o consumidor se sinta confortável para voltar a comprar, o presidente da Federação Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Distrito Federal (Fecomércio-DF), Francisco Maia, reforça a necessidade de que as medidas de segurança sejam respeitadas e intensificadas nos estabelecimentos comerciais. “Alguns setores muito específicos têm dificuldade de vender durante este período. Precisamos promover mais campanhas de conscientização para a sociedade sobre os cuidados durante a pandemia a fim de que, aos poucos, as pessoas ganhem confiança em voltar a consumir. Assim, conseguiremos garantir um aumento gradual das atividades comerciais na capital”, aponta Francisco.
- Vendas
Veja quais produtos tiveram a preferência do brasiliense para presentear a pessoa amada
» Mais procurados
Aparelhos eletrônicos (celulares)
Roupas
Calçados
Perfumes
» Menos procurados
Bijuteria
Jóias
Maquiagem
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