Correio Braziliense
postado em 13/06/2020 21:28
Um jovem de 25 anos com paralisia cerebral teria ficado 24 horas à espera de um medicamento na enfermaria do Hospital Regional de Ceilândia. A denúncia foi feita ao Correio pela mãe do paciente, Diana Rodrigues, 42. A mãe alega que o filho foi transferido para o hospital na noite de quarta-feira (10/6), após receber alta da unidade de terapia intensiva (UTI) do Hospital das Clínicas.
Wanderson Luís Rodrigues ficou internado por cerca de 10 dias na UTI dos Hospital das Clínicas, devido a um quadro de pneumonia bacteriana. Com a alta da UTI, o paciente foi transferido para o Hospital Regional de Ceilândia, onde, segundo a família, ficou sem atendimento.
"Ele foi transferido por volta das 22h. Ele toma remédio controlado, pois sofre convulsões. Como não estava mais sedado, voltou a ter crises. O médico passou, eu o chamei e avisei. Falei que ele precisava tomar o medicamento. O médico disse que ia prescrever, mas quando fui procurar a enfermeira, não tinha prescrição nenhuma", relatou Diana.
A mãe afirma que, durante a manhã, o filho voltou a ter convulsões e nem assim foi medicado. "No dia 11, o médico passou o dia inteiro sem ir lá. Minha irmã fez um vídeo e colocou nas redes sociais e à noite apareceu um médico. Depois de 24 horas", diz.
Diana conta que precisou pedir para o marido ir em casa buscar o medicamento do filho. "Eu falei que ia dar por conta própria, mas achei uma enfermeira que aplicou o remédio no meu menino", acrescentou. Wanderson continua internado na unidade hospitalar. Neste sábado (13/6), ele foi examinado, segundo a família.
Por meio de nota oficial, a Secretaria de Saúde informou que o paciente está recebendo medicamentos necessários para o seu quadro clínico. "Em momento algum deixou de ser administrado qualquer medicamento necessário de acordo com avaliação dos médicos. Ele possui comorbidades e está recebendo tratamento para pneumonia, com administração de medicamentos. Está sendo assistido e avaliado constantemente pelas equipes médica, de enfermagem e fisioterapia", diz o texto.
A pasta ainda afirmou que Wanderson está recebendo acompanhamento médico, seguindo os protocolos de atendimento do hospital. A equipe ainda solicitou acompanhamento do Núcleo Regional de Atendimento Domiciliar (NRAD) para que ele possa continuar sendo assistido em casa após a melhora do quadro clínico e alta médica, segundo a pasta.
Risco
Diana ainda teme que o filho seja contaminado pelo novo coronavírus. Para ela, a transferência do rapaz para o hospital de Ceilândia foi um equívoco. "Achei muito errado sair da UTI e ser transferido para o hospital de Ceilândia, que está atendendo todos esses casos de covid. Tinham que tê-lo transferido para outro hospital", ressalta. Sobre o risco de contaminação, a Secretaria de Saúde garantiu que Wanderson está internado afastado de pacientes com covid-19.
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