Correio Braziliense
postado em 14/06/2020 04:26
Pandemia faz cair gastos dos deputados federais do DF
O impacto das mudanças causadas pelo coronavírus nas sociedade se refletiu nas despesas dos deputados federais do DF em maio. Com sessões remotas e trabalho a distância, o gasto com cota parlamentar caiu quase pela metade em comparação com março, quando a pandemia estava começando. Em maio, foram usados R$ 71,9 mil contra R$ 139,1 mil em março. O uso da verba de gabinete também foi reduzido na comparação dos dois meses: saiu de R$ 866,6 mil para R$ 581,5 mil. Será que a economia permanecerá quando as atividades voltarem ao normal?
Pedido de mudança
Diversas associações do audiovisual ligadas aos movimentos negro e feminista encaminharam uma carta à Secretaria de Cultura e Economia Criativa do DF para fazer sugestões e pedidos para a organização do Festival de Brasília do Cinema Brasileiro deste ano. Uma das principais reivindicações dos grupos é a mudança na curadoria. Denúncias de assédio e censura contra um dos integrantes da equipe do ano passado foram apresentadas à pasta.
Só papos
“Tem hospitais de campanha perto de você, tem um hospital público, né? Arranja uma maneira de entrar e filmar. Muita gente vem fazendo isso, mas mais gente tem que fazer para mostrar se os leitos estão ocupados ou não. Se os gastos são compatíveis ou não. Isso nos ajuda.”
Jair Bolsonaro, presidente da República
“Se Bolsonaro não fosse essa pessoa despreparada e desesperada, saberia que não precisa mandar invadir hospital. Basta verificar os boletins que os governos estaduais publicam com o número de leitos ocupados. E se ele quiser visitar os nossos hospitais, eu mesmo mostro para ele.”
Flávio Dino (PCdoB), governador do Maranhão
Mandou bem
A Universidade de Brasília (UnB) melhorou a avaliação das universidades brasileiras e está entre as 10 melhores do país, segundo o QS World University Rankings. Antes, a instituição estava em 12º lugar.
Mandou mal
O governo federal ao editar medida provisória que permitia ao ministro da Educação, Abraham Weintraub, indicar reitores sem passar por eleição dentro das universidades. A MP foi devolvida pelo presidente do Senado, David Alcolumbre (DEM-AP).
Enquanto isso... Na sala de Justiça
O ex-governador Agnelo Queiroz mal teve tempo de comemorar a absolvição em ação de improbidade administrativa em que foi acusado de nepotismo no início da semana. Poucos dias depois, foi condenado por pedalada fiscal com uma multa de cerca de R$ 1,1 milhão. Ele ainda pode recorrer.
A pergunta que não quer calar….
Na campanha, o presidente Jair Bolsonaro prometeu ter apenas 15 ministérios. Com o anúncio da pasta das Comunicações, o total agora é de 23 e pode crescer com o desmembramento da Segurança Pública da Justiça. Até o fim da passagem de Bolsonaro pela cadeira de presidente, quantos serão?
“Dobradinha do governador”
Para homenagear o governador Ibaneis Rocha (MDB), a chef Rosângela Maciel batizou um dos principais pratos do restaurante que comanda — o Cantinho da Tia Rô — de Dobradinha do governador. O estabelecimento fica na Quituart e é especializado em culinária nordestina. O local foi o berço da campanha de Ibaneis. Lá, foram discutidos os primeiros passos da candidatura. Rô conta que a dobradinha, que custa R$ 85 para duas pessoas e R$ 45 para uma. Só é preparado em um fim de semana por mês. “É um dos pratos mais vendidos. Quando faço, todo mundo quer. Estamos fazendo neste fim de semana. O governador sempre vinha aqui e comia. Por isso, a homenagem, mas ele come de tudo. Sempre foi cliente nosso e dos outros restaurantes daqui.” Com a pandemia, pedidos agora só para retiradas ou por delivery.
À QUEIMA-ROUPA
Claudio Abrantes,
deputado distrital e líder do governo na Câmara Legislativa
Nesta semana, a relação entre o Executivo e os distritais esquentou. O governador chegou a tirar de pauta dois projetos importantes (Refis e Procred) e reclamou dos deputados. Como fica o clima a partir disso?
Existe, tanto da parte do governador para a Câmara quanto da Câmara para o governador, um grande e absoluto respeito. O conjunto da obra, o contexto da atual legislatura é prova disso, uma vez que todos os projetos aprovados tiveram emendas, e o governador tem como prática ouvir todos os deputados, desde situação, passando pelos independentes e também a oposição. E é esse o clima, com o respeito de sempre. Todos estamos vivendo um momento ímpar não só em nossas vidas individualmente, mas em toda a humanidade, e, se houve algum tipo de situação desfavorável, já foi dissipada. Tanto que os projetos em questão seguem seu curso normalmente, as emendas serão analisadas com todo o cuidado, e o respeito permanece o mesmo.
Historicamente, existe na relação entre parlamentares e Executivo, não só na Câmara Legislativa, pressão por cargos, para se ter participação no governo e, a partir disso, apoiar. Líder do governo, como o senhor está lidando com esse tipo de situação?
Não é uma prática nossa, também não reconhecemos isso no governo Ibaneis Rocha. Temos um momento em que o tecnicismo e a afinidade de áreas predominam, e não percebo da parte do governo qualquer intimidação. Da mesma forma como não vejo meus pares pressionando o governador por cargos em troca de apoio. O que eu vejo é muito trabalho, de todos os lados, e a busca recorrente do equilíbrio e de proximidade com as demandas da população.
Diante de todo o contexto, é possível construir uma relação mais harmônica para avaliação e consenso em torno desses projetos específicos do Refis e do Procred?
Não só é possível como já está ocorrendo. Não houve qualquer quebra de harmonia, a parceria entre o Legislativo e o Executivo permanece igual, respeitando a independência de cada casa e com foco no trabalho. Vale lembrar que vivemos uma legislatura que tem como uma das marcas solucionar problemas históricos do Distrito Federal, como as poligonais e a as pecúnias. E mais, lembro ainda que nenhum outro mandato passou pelo que estamos passando agora, com o coronavírus, esse enorme e inédito desafio a todo e qualquer gestor público.
Qual deve ser o papel da Câmara Legislativa na pandemia? O que o senhor destaca na atuação até agora?
A CLDF é a casa do cidadão de Brasília. Por isso, estamos o tempo todo focados em entender as demandas da sociedade, e essa atribuição se reflete também neste momento. O perfil multifacetado dos deputados, inclusive, forma uma estrutura de proteção ao cidadão que abarca as mais diversas frentes. Então estamos o tempo todo intermediando ações, exigindo e fiscalizando os outros Poderes, e, ao mesmo tempo, trabalhando de forma conjunta. E aqui cito ainda a atuação parceira, responsável e forte do governador, decisiva para o bom funcionamento do DF. Essa união de forças é que tem sido o esteio para que Brasília esteja à frente das demais unidades na proteção dos seus moradores. São muitas ações para destacar uma, então enfatizo o montante de verbas destinadas nessa guerra pela vida e a aprovação do programa Renda Emergencial.
Como o senhor avalia as ações do GDF contra a pandemia? Concorda com a abertura das atividades comerciais?
O GDF tem trabalhado com agilidade, com ousadia, de forma técnica e ao mesmo tempo cidadã, adiantando-se a possíveis situações vindouras. Prova disso é o fato de, apesar das previsões negativas, termos um índice de perdas humanas abaixo de outras capitais. Ressalto a importância de cada uma dessas vidas perdidas, declaro minha solidariedade a cada família. Quero recordar, por exemplo, que o governador lançou o auxílio de R$ 408 às famílias de baixa renda e o auxílio de R$ 1,2 mil destinado aos motoristas. Também adaptou o formato do FAC (Fundo de Apoio à Cultura), voltado a projetos digitais. Além disso, promoveu a ampliação da rede de saúde pública, com a chegada dos novos leitos, e tem movimentado uma grande rede de proteção ao cidadão, integrando todo o Executivo, todas as secretarias. Sobre as aberturas, o governador está amparado por critérios técnicos, e como ele diz, a qualquer momento as decisões podem ser revistas.
O senhor é presidente da CPI do Feminicídio. Como estão as ações durante a pandemia? O que é possível fazer neste momento em que há preocupação porque parte do problema ocorre em casa e o contexto atual faz com o convívio possa ser maior?
Na segunda-feira, dia 8, foi aberta a Delegacia Especial de Atendimento a Mulher (Deam II), em Ceilândia, cidade onde mais se registraram ocorrências de violências contra a mulher. Essa era uma demanda nossa, pela qual trabalhamos muito. A CPI segue promovendo trabalhos internos, e tenho a satisfação de poder dizer que os assassinatos de mulheres já diminuíram neste ano. Acredito que a existência da CPI já tem um efeito positivo, que é dar à sociedade a resposta de que, no DF, a impunidade não passa batida. Frente a tudo isso, estamos trabalhando, e não vamos parar.
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