Cidades

Queda do varejo é maior no DF do que a média nacional, aponta IBGE

Em relação à março, o recuo do varejo no DF foi de 16,6%. Estes são os piores resultados em 20 anos

Correio Braziliense
postado em 17/06/2020 06:00
Em relação à março, o recuo do varejo no DF foi de 16,6%. Estes são os piores resultados em 20 anosCom lojas fechadas, o mês de abril registrou números nada animadores para o comércio varejista no Brasil e no Distrito Federal. A Pesquisa Mensal de Comércio do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgada nesta terça-feira (16/6), mostra uma queda de 22,3% no setor em abril, comparado ao mesmo período de 2019, índice acima da média nacional, de 16,8%. Em relação à março, o recuo do varejo no DF foi de 16,6%. Estes são os piores resultados em 20 anos, segundo o IBGE.

Apesar de os números serem considerados recordes na série histórica da pesquisa, iniciada em 2000, o presidente do Sindicato do Comércio Varejista do Distrito Federal (Sindivarejista), Edson de Castro, acredita que a realidade é ainda mais preocupante. “Essa queda foi mais de 50%. Em abril, as lojas estavam fechadas. Eu diria que houve até mais redução, de 70% praticamente. A gente fechou em março e só voltou em maio. Lógico que têm comércios, como supermercados e farmácias, que tiveram um aumento. Para eles não teve muita crise”, comenta.

Uma das áreas mais afetadas, segundo os dados do IBGE, foi a de comércio de tecidos, vestuários e calçados. O segmento sofreu um recuo de 87,1%, em relação a 2019. Outro setor que também teve queda significativa foi o comércio de livros, jornais, revistas e papelaria (-75,5%). Os únicos que registraram crescimento nas vendas foram os hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo. O aumento foi de 13,8%, o melhor resultado entre as unidades da federação analisadas na pesquisa, de acordo com o IBGE. O comércio varejista ampliado também apresentou declínio: -28,7%. O setor inclui a venda de automóveis, de partes e de peças de veículos, com recuo de 48,8%, e material de construção, com redução de 18,3%.

Mesmo com as lojas abertas, muitos consumidores ainda têm receio de procurar os serviços, segundo o Sindivarejista. “Com as recomendações de ficarem em casa, as pessoas não estão saindo. Com isso, os gastos estão bem menores. Muitas lojas não estão vendendo nem para pagar os seus custos”, afirma Edson.

Para ele, até o impedimento do funcionamento das praças de alimentação impacta nas vendas, devido ao espaço ser um atrativo dos shoppings e centros comerciais. Edson destaca, ainda, que a retomada do comércio vai depender do controle da covid-19. “Esperamos que até setembro e outubro o comércio possa voltar ao normal”, diz.

Cenário nacional

Os números do varejo não foram ruins apenas no DF. A pesquisa do IBGE mostrou um dos piores cenários em 20 anos, também, a nível nacional. O instituto afirmou que esta foi a “queda mais acentuada da série histórica iniciada em janeiro de 2000, refletindo os efeitos do isolamento social”. Nacionalmente, o recuo no comércio varejista foi de 16,8%, comparado a março e a abril de 2019. No comércio varejista ampliado, o recuo foi de 17,5% em relação a março, e de 27,1%, comparado a abril do ano passado.

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