Correio Braziliense
postado em 17/06/2020 04:05
A ação de grupos extremistas e antidemocráticos no Distrito Federal levou o governador Ibaneis Rocha (MDB) a decretar novamente o bloqueio do trânsito e da circulação de pessoas na Esplanada dos Ministérios — a medida dura até as 23h59 de hoje. Integrantes de movimentos que se envolveram em diversos incidentes na capital recentemente, agora, ameaçaram dom Marcony Vinícius Ferreira, bispo auxiliar da Cúria Metropolitana de Brasília, depois de ele negar autorização para que pessoas ligadas ao grupo 300 do Brasil usassem o espaço da Catedral para acampamento.
Esta é a segunda vez que o chefe do Palácio do Buriti decreta, nos últimos dias, o fechamento do trânsito na região por causa das ações irregulares de manifestantes bolsonaristas, que atacam instituições como o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal (STF). No sábado, após extremistas ameaçarem o governador e atirarem fogos de artifício em direção ao STF, Ibaneis publicou decreto que impedia a circulação na Esplanada no domingo.
A intenção não é proibir e impedir manifestações, mas evitar aglomerações, tumultos, confusões e atos ilegais no Distrito Federal, assegura o secretário de Segurança Pública do DF, Anderson Torres. Ele criticou a postura desses manifestantes. “As ações fugiram um pouco do controle e começaram a passar do limite. Na nossa visão, deixou de ser democrático, para ser algo de ameaça criminosa, e nós restringimos (protestos) durante o fim de semana e estamos analisando para os próximos fins de semana”, disse. “Nós não estamos ali para impedir (os atos), mas para garantir a manifestação ordeira e pacífica.”
O diretor-geral da Polícia Civil do DF, Robson Cândido, também repudiou ações violentas durante as manifestações e prometeu investigação dos responsáveis. “Quando os manifestantes saíram da razoabilidade e ofenderam as autoridades, seja governador, seja presidente dos tribunais, a meu ver, eles se excederam; por isso, nós atuamos de forma enérgica e continuaremos atuando, independentemente de quem quer que sejam as vítimas”, assegurou o delegado. “Nós estamos identificando todas as pessoas, e aquelas que se excederam serão responsabilizadas”, completou Robson.
Para tentar impedir mais confusões e ataques, as forças de segurança do DF continuarão a fazer vigilância e segurança da
Esplanada dos Ministérios por 24 horas. A atuação será conjunta com órgãos de fiscalização do governo, e a intenção é que crimes eventualmente praticados sejam reprimidos imediatamente e apurados. O secretário Anderson Torres defendeu que as forças de segurança locais agem de forma isenta em relação ao posicionamento político dos manifestantes. “Na semana passada, tivemos movimentos pró e contra o governo. Agimos de forma isenta, garantido a segurança dos manifestantes e da população”, explicou.
Esplanada dos Ministérios por 24 horas. A atuação será conjunta com órgãos de fiscalização do governo, e a intenção é que crimes eventualmente praticados sejam reprimidos imediatamente e apurados. O secretário Anderson Torres defendeu que as forças de segurança locais agem de forma isenta em relação ao posicionamento político dos manifestantes. “Na semana passada, tivemos movimentos pró e contra o governo. Agimos de forma isenta, garantido a segurança dos manifestantes e da população”, explicou.
Apesar das ações contra os manifestantes bolsonaristas, o clima entre Ibaneis e o governo federal não foi abalado, segundo fontes do Palácio do Buriti, porque os próprios aliados mais próximos de Bolsonaro reconhecem o exagero dos grupos extremistas. Na segunda-feira, o emedebista esteve com o senador Flávio Bolsonaro, filho do presidente da República. No encontro, o governador justificou a ele que não deixaria a cidade a qual comanda virar bagunça.
Intimidações
As ameaças contra dom Marcony Vinícius ocorreram na manhã de ontem. Manifestantes ligados ao grupo 300 do Brasil montaram acampamento na área da Catedral. Eles procuraram o pároco da Igreja, padre João Firmino, e pediram autorização. “Uma jovem foi conversar comigo, até então muito tranquila, e pediu para que ficassem ali acampados. Como a resposta foi negativa, eles procuraram dom Marcony.”
Bispo auxiliar, dom Marcony tem comandado a Cúria local desde que o ex-arcebispo dom Sérgio da Rocha foi transferido e não houve nomeação de substituto. Ele recebeu os manifestantes e, diante do pedido para que montassem o acampamento, também deu resposta negativa. A partir daí, recebeu ameaças e intimidações. “Não se pode brincar com ameaças. Ele fez contato com as autoridades assim que isso aconteceu”, conta o padre João Firmino. Dom Marcony tem boa relação com o governador Ibaneis Rocha, que, diante da situação, determinou o fechamento da Esplanada.
Em nota oficial, a Arquidiocese de Brasília justificou que o pedido para acampamento na área foi negado “tanto em função da impossibilidade de acolher aglomerações quanto para proteger a integridade física da Catedral, que, além de representar um monumento tombado, é um local de culto, que deve ser protegido contra qualquer ameaça”.
Crise na PM
Os problemas causados pelos manifestantes extremistas também geraram crise na Polícia Militar do DF. O governador Ibaneis ficou irritado pela falta de ações mais duras da corporação contra os integrantes do grupo 300 do Brasil, que desacataram militares, ameaçaram autoridades e participaram de ato contra o Supremo Tribunal Federal. Por isso, Ibaneis exonerou o então subcomandante da PM, coronel Sérgio Luiz Ferreira de Souza, responsável pela operação do fim de semana. O comandante da corporação, coronel Julian Pontes, afastou-se do cargo para tratamento da covid-19. Oficialmente, o substituto do subcomandante não foi anunciado, mas o mais cotado para o cargo é o chefe do Estado-Maior da PMDF, coronel Cláudio Fernando Condi. A indicação dele é tida como certa por fontes ligadas à segurança pública e à corporação ouvidas pelo Correio.
Crise na PM
Os problemas causados pelos manifestantes extremistas também geraram crise na Polícia Militar do DF. O governador Ibaneis ficou irritado pela falta de ações mais duras da corporação contra os integrantes do grupo 300 do Brasil, que desacataram militares, ameaçaram autoridades e participaram de ato contra o Supremo Tribunal Federal. Por isso, Ibaneis exonerou o então subcomandante da PM, coronel Sérgio Luiz Ferreira de Souza, responsável pela operação do fim de semana. O comandante da corporação, coronel Julian Pontes, afastou-se do cargo para tratamento da covid-19. Oficialmente, o substituto do subcomandante não foi anunciado, mas o mais cotado para o cargo é o chefe do Estado-Maior da PMDF, coronel Cláudio Fernando Condi. A indicação dele é tida como certa por fontes ligadas à segurança pública e à corporação ouvidas pelo Correio.
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