Cidades

Renan é acusado de agressão

Correio Braziliense
postado em 17/06/2020 04:05
Polícia investiga supostos ataques de Renan a duas jovens


Preso no domingo pela suspeita de ameaçar o governador Ibaneis Rocha (MDB) e participar do ataque com fogos de artifício ao prédio do Supremo Tribunal Federal (STF), Renan Silva Sena, 57 anos, agora foi denunciado por jovens que alegam terem sido agredidas por ele durante manifestação pró-governo em 6 de junho, na Esplanada dos Ministérios. Elas passavam de carro, com duas crianças, de 3 e 10 anos, próximo aos manifestantes quando teriam sido atacadas.

Renan foi reconhecido pelas vítimas após elas verem as imagens da prisão do militante bolsonarista na imprensa. Na segunda-feira, as jovens foram à Delegacia Especial de Repressão aos Crimes por Discriminação Racial, Religiosa ou por Orientação Sexual ou Contra a Pessoa Idosa ou com Deficiência (Decrin), no Departamento de Polícia Especializada (DPE), para acrescentar a informação no depoimento prestado um dia depois das agressões.

“Quando saíram as notícias sobre os fogos no STF, vimos os vídeos e o reconhecemos, também pela voz. Ele foi um dos agressores da minha amiga, que estava dirigindo o carro. A agressão partiu de diversas pessoas a nós. Bateram no carro também”, disse a estudante e escritora Kimberlly Oliveira, 24 anos. “Estávamos com duas crianças e foi algo assustador para elas. Pelo que estamos vendo, não foi só com a gente, são vários casos de violência cometidos por esse grupo”, acrescentou. “Não queremos dinheiro. O carro, eu conserto. A gente quer os rostos dessas pessoas expostos, porque fomos expostas também. Pessoas que dizem lutar pela família, pelo país, que usam o nome de Deus, agredindo uma mulher?”, questiona Kimberlly. “É um ato criminoso. Justiça seja feita.”

O Correio entrou em contato com a defesa de Renan Sena, que não quis se pronunciar sobre o caso. A denúncia de agressão é investigada pela Polícia Civil, por meio da Decrin, que não confirma, no entanto, o envolvimento do extremista.

Prisão

No domingo, além de Renan, uma analista judiciária foi presa após atacar policiais civis e tentar impedir a detenção do manifestante bolsonarista. Ela não sofrerá infração disciplinar por parte do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT), órgão em que trabalha. Em nota, o TJDFT informou que a servidora foi presa como cidadã comum, “cujos atos foram praticados durante o fim de semana e, portanto, fora do expediente do órgão.” A servidora do TJDFT foi indiciada por desobediência, desacato e resistência e teve fiança arbitrada em R$ 1,5 mil. A reportagem não conseguiu contato com a defesa da analista.

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