Cidades

Covid-19: DF está entre três menores riscos do país durante platô de casos

Estudo mapeou o platô de casos do novo coronavírus no país, que deve ser enfrentado entre 4 e 6 semanas; DF também tem maior razão de testes no Brasil

Correio Braziliense
postado em 17/06/2020 16:21
Eixão do Lazer foi reaberto na capital federal no feriado de Corpus Christi. Secretaria de Esporte e Lazer e DF Legal fiscalizaram e orientaram frequentadores sobre uso de máscaraO Distrito Federal está entre as três únicas unidades da Federação a enfrentarem uma zona de risco baixo durante o platô de casos de covid-19 que se aproxima entre os meses de julho e agosto. A região também promove mais testes por número de casos confirmados que todos os estados brasileiros. A estimativa é do estudo desenvolvido pela consultoria Bain & Company, que sugere que o Brasil ainda enfrentará esse fenômeno de pico estável da pandemia, sem aumento nem queda nas taxas diárias, nas próximas quatro ou seis semanas.

O risco, nesse caso, é um retrato da realidade nesse momento e leva em conta não apenas taxa e velocidade de contaminação, mas também a capacidade hospitalar disponível e as medidas de relaxamento do isolamento físico já anunciadas oficialmente pela administração das unidades federativas. Ao todo, 19 das 27 UFs são consideradas de risco médio, enquanto outras cinco estão na chamada "zona vermelha": Rio de Janeiro, Espírito Santo, Roraima, Pernambuco e Amapá.

Gráfico mostra realidade de risco por cada unidade da federaçãoO estudo revela ainda a queda de mobilidade em cada estado com as medidas de isolamento físico. No Distrito Federal, a queda foi de 27%, bem distante de Amapá e Piauí, com os maiores impactos (48% e 47%, respectivamente). Nenhum, no entanto, se aproximou do recomendado e já testado na realidade mundial, que seria de 70% de restrição de mobilidade. Ainda assim, em todas as UFs, houve mudança de grau de risco, com o anúncio de relaxamento de medidas restritivas.

"Alguns estados, que antes estavam na zona verde, relaxaram as medidas e viram seus números piorarem nas últimas duas semanas. Por outro lado, outros estados em situação crítica apertaram as restrições e saíram da zona vermelha também para a amarela", explica Ricardo Gold, sócio e líder de Macro Trends Group South America da Bain. 

No levantamento, a proporção do número de testes aplicados frente aos casos confirmados de covid-19 do Distrito Federal é a maior do país, com uma taxa de 10 pessoas para cada confirmação - o que é considerado o mínimo adequado nos parâmetros mundiais. No Brasil como todo, a taxa média é de apenas dois testes por confirmação, cinco vezes menos do que vem sendo praticado no Distrito Federal. Se a comparação for feita com os índices mundiais, mesmo o DF fica muito abaixo dos esforços realizados em outros países, como Itália (18), Dinamarca (60) e Coreia do Sul (86).
 


Realidade e curva diferentes

Saiba Mais

O estudo em questão é contínuo e vem sendo atualizado conforme as atualizações da doença. A partir dele, os pesquisadores demonstram como a curva de contaminação da doença se diferencia do resto do mundo. Na Ásia e Europa, o pico da covid-19 se deu entre 15 e 30 dias após o início do isolamento físico e a doença começou a ter curva decrescente entre 30 e 50 dias do mesmo marco. Entre os motivos, estão o menor uso de transporte público e perfil demográfico, como no caso de Áustria e Suíça, e as medidas rígidas de isolamento, envolvendo queda de mobilidade social acima de 70%, como na Itália e em Nova York.

"Assumindo que a velocidade de propagação da doença siga estável e que as principais medidas de mitigação e controle continuem existindo, a maior parte destas cidades ainda precisaria de 30 a 50 dias para atingir níveis de imunidade suficientes para que o R (nível de contaminação) fique abaixo de 1 e a curva de propagação da doença comece a cair", completa Ricardo Gold. 

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