Correio Braziliense
postado em 17/06/2020 21:07
As ligações feitas ao Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) visam salvar uma vida que está em perigo, seja por um acidente de trânsito, como em caso de afogamento ou infarto. No entanto, muitas pessoas utilizam o serviço para atrapalhar a rotina dos profissionais de saúde. Nos cinco primeiros meses deste ano, das 321.066 ligações recebidas, 9.728 eram trotes. Na maior parte dos casos, o Samu consegue identificar o acionamento falso antes do deslocamento da equipe. Isso é possível porque os técnicos auxiliares de regulação médica pedem informações sobre o solicitante da chamada e, desse modo, pode-se perceber os dados incoerentes ou inconsistências no endereço disponibilizado. Outro modo de se identificar os trotes é pela própria equipe médica, que observa a falta de detalhamento sobre o estado clínico da vítima.
Se os filtros adotados no momento da ligação não são suficientes, a viatura se desloca até o local indicado pelo solicitante. E, só ao chegar na área é possível identificar que se tratava de um trote. A prática acomete no atendimento de vítimas que realmente precisam do socorro médico, além de gerar um gasto desnecessário dos recursos públicos — como o combustível gasto para o deslocamento.
Apesar do número expressivo de falsos acionamentos dos socorristas neste ano, os dados do Samu indicam que houve uma redução de 63%, se comparado ao mesmo período de 2019, que registrou 26.223 trotes. Para o médico e diretor do Samu, Alexandre Garcia, a queda ocorre pela conscientização da população sobre a importância do serviço, além de entender os prejuízos que uma “brincadeira” como essa pode gerar.
“A valorização do servidor e a sensibilização da população sobre a importância do Samu nesse período também podem ter impactado para reduzir a quantidade de trotes, além da educação cidadã que temos feito para orientar crianças, jovens e adultos”, ressalta.
Vidas salvas
A importância do Samu é percebida no dia a dia, mas a atuação das equipes chamam ainda mais atenção quando colocadas em números. Das 321.066 ligações recebidas neste ano, 319.235 dos chamados resultaram em atendimentos pré-hospitalares, o que corresponde a uma média de seis mil envios de viaturas por mês. Os demais 1.831 casos tratam-se de transferências inter-hospitalares feitas às urgências e emergências por ambulâncias e o helicóptero, entre janeiro e maio.
O diretor do Samu destaca que os números mostram que os serviços continuam sem problemas, mesmo durante o período de pandemia. Ele aponta que a quantidade de transferências inter-hospitalares tem aumentado nos últimos meses, principalmente depois que a Secretaria de Saúde abriu mais leitos para atender pacientes com a covid-19 no Distrito Federal. O ano começou com 342 transportes feitos, mas aumentou para 449 em maio, 64 deles somente para atender casos de coronavírus.
“Com a abertura de mais leitos para coronavírus, temos feito muito mais transportes de pacientes do Hospital Regional da Asa Norte (Hran) para o hospital de campanha no Mané Garrincha, e também para os hospitais privados que abriram vagas de UTI exclusivas para covid-19, por meio de contratos com a Secretaria de Saúde”, explica Garcia.
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