Correio Braziliense
postado em 19/06/2020 04:06
Na estreia do C.B. Saúde, extensão do programa C.B. Poder — parceria do Correio Braziliense com a TV Brasília —, o presidente da rede de hospitais grupo Santa, Raul Stuari Junior, ressaltou que o Distrito Federal vive uma das melhores situações, justamente devido às medidas de contenção adotadas. “Temos a doença, de certa forma, controlada. Há capacidade de resposta dos sistemas de saúde, tanto público quanto privado. Hoje, estamos em uma situação que, ainda, é confortável”, afirmou.
Quem tem uma consulta ou costuma ir sempre ao médico, precisa continuar indo? Como devemos agir nesses casos?
Temos quase três meses de pandemia e os profissionais de saúde prepararam seus consultórios para o distanciamento social, com higiene adequada e proteção para as pessoas. Os hospitais adequaram-se. A minha recomendação é de que as pessoas procurem, sim, o serviço de saúde. As descobertas tardias dos casos de câncer aumentaram significativamente. Esse é um risco enorme. Significa que as pessoas estão com o diagnóstico, mas não foi descoberto, e, quando acontecer, pode ser em uma fase em que já não haja tratamento. As outras doenças continuam acontecendo, o AVC e o infarto são exemplos. Preparamo-nos para atender a essas pessoas com segurança. Deixar de ir ao hospital em um momento desses pode ser a diferença entre a vida e a morte
Nós víamos, na imprensa, que o setor hospitalar privado era uma área que conseguia superar as crises que estávamos vivendo, antes da pandemia. Qual era a projeção? Ela mudou durante este tempo?
Vínhamos crescendo em um ritmo de 20% a 30% no ano. É verdade que o setor de saúde vivenciou as crises financeiras que tivemos no país de forma tranquila, mas o que estamos passando é uma crise completamente nova, uma crise mundial de oferta e demanda. Ao contrário do que as pessoas possam imaginar, tivemos um aumento com o número de pacientes contaminados pelo coronavírus, mas o medo de procurar o hospital e as orientações das agências reguladoras no início da pandemia fizeram com que consultórios e procedimentos fossem praticamente cancelados. Houve uma perda de receita significativa para o setor.
Durante a pandemia, várias empresas pleitearam medidas para ajudar na manutenção de seus negócios. Que tipo de ações poderíamos imaginar para proteger o setor neste momento?
A primeira ação, que foi a mais contundente e fundamental, foi tomada tanto pelo governo local quanto pelo governo federal: o acesso ao crédito. Em um momento como este, em que a receita cai de forma abrupta, se você não tem crédito pra manter seu negócio de pé, é um desastre. Mas, o maior desafio é deixar de ter receita e de produzir e não conseguir pagar lá na frente a dívida que contraiu. Não cuidamos só de coronavírus. O sistema funcionando, tratando de forma adequada, não oferece apenas saúde pra população, mas mantém saudável um sistema que emprega muita gente, que gera renda e paga impostos.
Qual o risco de não proteger o setor de saúde privado hoje?
Quando há serviços fechando por falta de receita ou dificuldade econômica, é gerado um grande desequilíbrio no setor. A gente espera que essa situação volte ao normal, caso o contrário, vai haver uma situação dramática pro setor de saúde privado.
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