2.381 novos casos em 24h

O Distrito Federal teve ontem o maior número de diagnosticados com o novo coronavírus em um dia. Além disso, 17 pacientes morreram devido à doença, quatro deles em Ceilândia. Agora, são 30.902 infectados e 361 óbitos da covid-19

Correio Braziliense

postado em 20/06/2020 04:14

O Distrito Federal registrou a maior quantidade de diagnósticos do novo coronavírus em um período de 24 horas. Ontem, 2.381 pessoas testaram positivo para a covid-19, e a quantidade de infectados passou para 30.902. Além disso, 17 pessoas morreram devido à doença, com total de óbitos em 361. Apenas esta semana, entre domingo e ontem, a Secretaria de Saúde contabilizou 8.943 casos e 68 vítimas.

Segundo monitoramento da pasta, dos óbitos registrados ontem, todas as vítimas tinham mais de 30 anos, sendo que quatro delas não apresentavam comorbidades — outras doenças que agravam os sintomas do coronavírus. Ceilândia foi a cidade com mais mortes: quatro. Com os novos registros, a região administrativa contabiliza 85 óbitos ocasionados pela covid-19, e lidera o ranking das cidades com mais vítimas. Em seguida, aparecem Samambaia (40) e Taguatinga (29).

Ceilândia também está à frente das regiões do DF com mais casos confirmados. No total, são 4.034 diagnosticados na cidade. O Plano Piloto, com 2.273 infectados, está em segundo lugar, seguido por Taguatinga, com 2.189. Apesar da quantidade, 18.812 pessoas estão recuperadas do coronavírus. Por isso, 11.695 infecções são consideradas ativas. Dessas, 52 têm quadro clínico grave e 155, moderado.

A Secretaria de Saúde ampliou o serviço de testagem para o novo coronavírus. Agora, das 172 Unidades Básicas de Saúde (UBSs), 98 estão aptas a realizar os testes rápidos, de acordo com o perfil de cada paciente. A ação visa analisar o caso de pessoas sintomáticas e diminuir o fluxo em hospitais, onde a demanda cresce diariamente.

Desde 21 de abril, a pasta iniciou a testagem em passa da população. Além das UBSs, os moradores da capital podem fazer o exame no modelo drive-thru em pontos estabelecidos nas regiões administrativas. Levantamento mais recente da Secretaria de Saúde mostra que mais de 275 mil pessoas passaram pela análise no DF.

Riscos

O epidemiologista da Universidade de Brasília (UnB) Jonas Brant ressalta que os indicadores atuais sugerem que não há um controle da epidemia. De acordo com ele, os casos não vêm diminuindo o suficiente para que as atividades estejam abertas; por isso, há a necessidade da retomada do isolamento social. “O número de leitos de ocupados sugere um risco de sobrecarga do sistema de saúde nos próximos dias”, frisou. Hoje, mais de 70% dos leitos de UTI das redes pública e privada estão ocupados.

De acordo com o estudioso, outros indicadores para a retomada do isolamento devem ser observados, como a disponibilidade de Equipamento de Proteção Individual (EPI) e o estoque de insumos para diagnósticos. “Desconheço o estoque, mas precisamos que sejam feitos testes à vontade. Apesar disso, o Distrito Federal está com volume bom de exames, superior ao de outras unidades da Federação”, ponderou.

O estudioso alerta que a retomada das atividades econômicas deve ampliar a quantidade de casos. “A gente viu, no fim da semana passada e no início desta, uma redução de casos, porém, a incidência voltou a crescer, o que sugere que a epidemia não esteja controlada”, alertou.