Correio Braziliense
postado em 20/06/2020 04:15
Apesar da baixa na inflação, o setor dos supermercados começa a calcular os prejuízos do segundo trimestre. Mesmo com o aumento das vendas, principalmente no meio on-line, o segmento registrou perdas consideráveis devido às despesas com aquisição de equipamentos de proteção individual (EPIs) e produtos de limpeza.
Dados do Sindicato dos Supermercados do Distrito Federal (Sindsuper) mostram que os gastos com EPIs por parte de donos dos estabelecimentos subiu 190% entre março e abril. No caso dos materiais de limpeza, o total foi 188% maior no período.
Diretor de comunicação do sindicato, Jefferson Macedo acredita que alguns custos serão repassados aos consumidores. “É algo que você não espera. Isso (os gastos extras) ainda não está na conta e vai impactar nos preços do futuro, nos produtos de uma forma geral. Não fizemos isso ainda porque não fechamos (os cálculos para) o trimestre”, explica. “Tivemos redução de caixa para aumentar a higienização. Saímos de quatro limpezas por dia para 12, então há três vezes mais uso de material.”
Jefferson também estima que houve aumento do gasto médio no site dos supermercados de R$ 260 para R$ 280. No entanto, as compras on-line diminuíram no último mês. “Essa demanda diminuiu quando o governo liberou as atividades. Sabemos que as pessoas compram muito durante o deslocamento para casa ou para o trabalho, então elas passaram a ir mais ao estabelecimento”, analisa.
Vegetais
Após a alta gerada pela demanda do início da pandemia, itens que começaram inflacionados, como álcool e produtos de limpeza, voltaram a um patamar menor. As variações deste mês para o DF tendem a ocorrer por questões sazonais e devem afetar a produção de leite, arroz, trigo, bem como de algumas verduras (veja Oscilação).
Nas Centrais de Abastecimento do Distrito Federal (Ceasa-DF), os valores dos itens ficaram dentro da normalidade entre janeiro e maio. O destaque foi verificado no cálculo do volume. “Em março, houve um pico que superou o padrão histórico. Nossa média mensal (de vendas) é de 28 mil toneladas. Naquele mês, ela chegou a 30 mil”, afirma João Bosco Soares, chefe da seção estatística da Ceasa-DF.
Com a queda nas temperaturas, a previsão é de subida nos preços de alimentos como pepino, maxixe, quiabo, berinjela, tomate, batata, chuchu e cebola, segundo João Bosco. “Tem muito a ver com o cultivo e com a demanda (durante períodos frios), mesmo sendo possível fazer pratos quentes com praticamente todos os que citei. No caso da batata, ela está se mantendo em alta. Mas o cultivo da cebola e do tomate sofre um pouco com a chegada do frio”, completa.
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