Grupos contra e a favor de Bolsonaro marcam atos na Esplanada neste domingo

Neste sábado, o Governo do Distrito Federal (GDF) anunciou que a região estará fechada apenas para carros, mas que o acesso de pedestres está permitido

Correio Braziliense

postado em 20/06/2020 20:16

A Esplanada dos Ministérios, em Brasília, deve ser palco de manifestações a favor e contra o presidente Jair Bolsonaro, ao mesmo tempo, no domingo (21/6). Neste sábado, o Governo do Distrito Federal (GDF) anunciou que a região estará fechada apenas para carros, mas que o acesso de pedestres está permitido. 

Procurada pelo Correio, a Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal (SSP-DF) afirmou que, por questões de segurança, não pode antecipar o efetivo de policiais que será mobilizado para acompanhar os atos que ocorrerem, mas garantiu que será feita a segurança do local.

Integrantes dos grupos disseram à reportagem que as manifestações deverão ocupar lados opostos da região e que não há interesse de promover confrontos físicos.
 

Pró e contra Bolsonaro

Uma nota do Movimento Popular Tods pela Democracia, contrário ao governo de Jair Bolsonaro, informa que haverá concentração em frente ao Teatro Nacional a partir das 9h, com passeata prevista em direção à Praça dos Três Poderes a partir das 10h. O grupo se denomina antifascista e antirracista e reúne torcedores de times de futebol.

Já um grupo de algumas dezenas de apoiadores do presidente se reuniu neste sábado à tarde na Praça dos Três Poderes. O ato foi pacífico e sem incidentes. Um dos participantes disse que o grupo voltaria ao local no domingo.

Há um ofício encaminhado à Subsecretaria de Operações Integradas (Sopi) informando sobre a manifestação de domingo. O ato, batizado de Juntos pelo Brasil, está previsto para ocorrer entre 10h e 16h. Nas redes sociais, apoiadores do presidente Jair Bolsonaro convocam participantes de outras unidades da Federação para integrar a manifestação. "Todos os Estados do Brasil com destino à Brasília. O povo brasileiro precisa mostrar sua força e união", diz um dos convites postados em uma página do Facebook. 

Fechamento da Esplanada e prisões

No fim de semana passado, o GDF removeu um acampamento do grupo extremista 300 do Brasil, que estava havia mais de um mês acampado na Esplanada. Durante a operação de desmontagem, o governador foi insultado, assim como policiais militares. Horas depois da remoção, integrantes do grupo tentaram invadir o Congresso Nacional e arremessaram fogos de artifício contra a sede do Supremo.

No domingo, dia seguinte à ação, a Esplanada foi fechada e um dos participantes do ato, Renan Silva Sena, foi detido por policiais à paisana no Setor de Indústrias Gráficas (SIG). Um vídeo gravado pela equipe do Correio registrou a ação da polícia. Uma das líderes do grupo, a extremista Sara Giromini, que adota a alcunha Sara Winter, foi presa dias depois pela Polícia Federal como parte do inquérito que apura ameaças a ministros do Supremo Tribunal Federal.

Durante a semana, o governador Ibaneis voltou a proibir a circulação na Esplanada por causa de novas ameaças, desta vez ao bispo Marcony Ferreira e à Catedral de Brasília, onde o grupo fora desautorizado a se instalar pelo sacerdote. "Não vou admitir baderna na minha cidade", afirmou o governador, na última quarta-feira.