Cidades

Autor de ameaças a Ibaneis abrigava acampamento de extremistas

De acordo com a Polícia Civil, o endereço pertence ao fazendeiro André Luiz Bastos Paula Costa, que já era investigado pela Delegacia de Repressão a Crimes Cibernéticos por ter feito ameaças ao governador

Correio Braziliense
postado em 22/06/2020 00:19
De acordo com a Polícia Civil, o endereço pertence ao fazendeiro André Luiz Bastos Paula Costa, que já era investigado pela Delegacia de Repressão a Crimes Cibernéticos por ter feito ameaças ao governadorA Polícia Civil do Distrito Federal desarticulou mais um acampamento de grupos extremistas de apoio ao presidente Jair Bolsonaro. Os grupos “300 do Brasil”, “Patriotas” e “QG Rural” estavam alojados em uma chácara de Arniqueira. De acordo com a corporação, segundo o programa Fantástico, o endereço pertence ao fazendeiro André Luiz Bastos Paula Costa, que já era investigado pela Delegacia de Repressão a Crimes Cibernéticos por ter feito ameaças ao governador do DF, Ibaneis Rocha (MDB).

No último dia 13, quando o governador ordenou que a Polícia Militar do DF retirasse da Esplanada dos Ministérios um acampamento formado por simpatizantes do presidente, André Luiz gravou um vídeo para ameaça Ibaneis. A filmagem, divulgada em primeira mão pelo blog CB.Poder, mostra o fazendeiro enfurecido.

“Pois é, governador, o senhor derrubou o acampamento de todos os produtores rurais do Brasil. Somos nós que estamos mantendo esse país e nós não vamos a aceitar a truculência, a forma como o senhor agiu, senhor Ibaneis. Nós vamos mostrar pro senhor com quem que o senhor mexeu”, disse ele.

Com dedo em riste, André Luiz reforça as ofensas a Ibaneis. “Nós sabemos seus podres, sabemos que você foi o líder dos 20 governadores em Brasília que tentaram derrubar o presidente. E nós estamos aqui pra defender o presidente e vamos defendê-lo. O recado está dado”, esbravejou.

“Agora, é conosco. Nós vamos mostrar pro senhor, dia 21, com quem que o senhor mexeu. O senhor mexeu com o povo brasileiro. É uma falta de respeito, seu agiota safado, nós vamos te pegar, seu safado. Você vai ver, vamos descobrir seus podres e colocar você no seu devido lugar igual a todos os governadores que traíram o presidente”, concluiu o fazendeiro.

Ataque

Ainda naquela data, a ativista Sara Fernanda Giromini, mais conhecida por Sara Winter, líder do grupo “300 do Brasil”, mobilizou os integrantes do acampamento que acabara de ser desmontado a tentar invadir o Congresso, além de desacatar policiais. Mais tarde, a ativista também participou do ataque a fogos de artifício feito pelo grupo de bolsonaristas ao Supremo Tribunal Federal (STF). Em um dos vídeos feitos durante o ato, um ativista diz: “(Estamos) em frente aos bandidos do STF. Isso é para mostrar para eles e para o bandido do GDF: não vamos arregar”.

Dois dias depois, a Polícia Federal prendeu Winter, em um desdobramento do inquérito da Suprema Corte que apura a realização de movimentos antidemocráticos no país — organizados por apoiadores de Bolsonaro e políticos próximos a ele —, que defendem pautas como o fechamento do Congresso e do Supremo. Devido aos episódios, o Governo do Distrito Federal passou a adotar algumas medidas para monitorar mais de perto apoiadores radicais do presidente na área central de Brasília.


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