Cidades

Ação on-line celebra o Dia do Orgulho LGBTS no Distrito Federal

Organizadores do evento que leva mais de 100 mil pessoas à Esplanada dos Ministérios planejam ação virtual para comemorar a data no dia 28 de junho

Correio Braziliense
postado em 22/06/2020 17:27
Uma loja virtual de itens estampados com arco-íris, o símbolo LGBT, também será lançada no dia 28 de junhoO mês de junho é tradicionalmente marcado por centenas de Paradas do Orgulho LGBTS realizadas ao redor do mundo. Entretanto, com a pandemia do novo coronavírus, os eventos que geram aglomerações precisaram ser remarcados ou cancelados. Isso não significa que a data passará despercebida: as celebrações foram transferidas da rua para a internet. No Distrito Federal, o evento será realizado no dia 28 de junho, virtualmente, com apresentações artísticas, culturais e palestras.

"Fazer o evento on-line foi a solução que encontramos nos tempos de pandemia. A proposta é que mesmo que não possamos estar na rua, que o sentimento de orgulho não se enfraqueça", explica Welton Trindade, co-coordenador do Brasília Orgulho, grupo que organiza a Parada do Orgulho LGBTS de Brasília. 

Uma loja virtual de itens estampados com arco-íris, o símbolo LGBT, também será lançada no dia do evento. A proposta é arrecadar fundos para o custeio das ações e fortalecer a visibilidade da militância. Apresentações de drag queens e o lançamento de um clipe com cantores e artistas, cada um cantando da sua casa, também fará parte da Parada. Os vídeos serão postados na página do Facebook (www.fb.com/paradabrasilia) e no Instagram (www.instagram.com/brasiliaorgulho) do grupo.

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Welton comenta que está otimista com a realização do evento virtual, que irá celebrar a força e a união dos LGBTs. "Temos que celebrar o orgulho todos os dias, mesmo enfrentando a discriminação, isso não pode nos enfraquecer. Também vamos defender os nossos direitos". 

A Parada acontece há 23 anos no DF, é a terceira mais antiga do Brasil e o segundo maior evento de rua da capital, atrás apenas do carnaval. Como acontece todos os anos, a transmissão on-line irá além da festa: é, principalmente, um evento político. "As Paradas são os maiores atos de direitos humanos da história do Brasil. Não se vê nenhum movimento que leva tantas pessoas às ruas em um dia como este", comemora Welton. 

Parada e política 


A Parada de Brasília é especialmente simbólica por desfilar em frente ao Congresso Nacional, palco de debates importantes para os LGBTQIs. Para Trindade, existe a responsabilidade de representar a comunidade de todo o Brasil. "Por isso é que precisamos que esse evento se mantenha, porque temos que continuar mandando essa mensagem aos políticos", diz.

O evento de Brasília faz parte de uma rede mundial de paradas, que inclui Nova York, Londres, Roma, países asiáticos e africanos, com o objetivo de fortalecer o movimento social de lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais. 

Como o caso do Coletivo de Escritorxs LGBTs do DF (Celbtdf), que reúne autores de diversas frentes literárias, da ficção à poesia, para dar voz às questões da população LGBT. "Contribuímos com a nossa escrita e profissão literária para falar sobre orgulho, mas também sobre esse momento de solidão e isolamento social, sabendo que temos o apoio uns dos outros nesse momento de pandemia", comenta o educador e poeta Pedro Ivo, de 37 anos, membro do coletivo. 

Coletivo de Escritorxs LGBT do DFJuntos há quatro anos, nesta Parada, os escritores têm como ponto de partida a promoção da autoestima da população LGBT. "Como escritores, estamos focados tanto no combate à homofobia, através da educação, quanto também mostrando que pessoas LGBTs, mesmo que marginalizadas também produzem, têm criatividade e são artistas", diz Pedro.

Para o ano em que o mundo passa pela maior crise sanitária do século, a organização da Parada de Brasília escolheu o tema "Orgulho 20, somos maiores". "Somos maiores que a pandemia, que o preconceito, que a discriminação, essa é a mensagem que queremos passar", finaliza Trindade. 

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