Cidades

Pesquisa da UnB mapeia disseminação da covid-19: Veja como contribuir

A partir dos números coletados, serão criadas estratégias para combater a pandemia

Correio Braziliense
postado em 30/06/2020 17:00
Mapeamento do grupo de pesquisadores busca entender a evolução da epidemia por região no Distrito Federal
 
Para entender por que algumas regiões do Distrito Federal continuam apresentando o agravamento dos casos de covid-19, um grupo de pesquisadores preparou uma ferramenta de coleta de dados sobre movimentações e comportamentos das pessoas. O Formulário Cidadão, como é chamada a ferramenta, é feita pelo Observatório de Predição e Acompanhamento da Epidemia Covid-19 (PrEpidemia).

A sociedade pode contribuir para a geração destes relatórios, basta acessar o formulário e preencher os campos solicitados. Após o cadastro das informações é preciso clicar em enviar para garantir que os dados foram computados.

O Formulário Cidadão também poderá ser acessado a partir da plataforma do PrEpidemia. No site, é possível encontrar, também, outras ações do Observatório contra a covid-19, como notas, relatórios, além de dashboards geográficos (painéis).

Coordenador da proposta, o professor Edilson Bias, do Instituto de Geociências da Universidade de Brasília (UnB), explica que o projeto tem potencial gerador de informações para desenhar de forma mais precisa o que está acontecendo em regiões específicas do Distrito Federal. De acordo com o professor, a junção dos dados em uma única plataforma pode tornar o resultado mais robusto e detalhado, por meio de um mapeamento social coletivo e colaborativo.

Facilidade 


Para contribuir com o estudo, basta ter conexão estável com a internet, seja no celular ou no computador. Além da coleta e mensuração dos dados, o questionário também pretende obter informações para dar maior consistência aos estudos sobre o Sars-CoV2 que estão sendo promovidos pelo Observatório PrEpidemia. 

De acordo com o professor Edilson Bias, os dados coletados possuem uma temática diretamente voltada para o “onde”, permitindo mapear o local com certa precisão, e, assim, ampliando a visão dos pesquisadores sobre os espaços onde os registros estão sendo coletados: a chamada “Inteligência Geográfica”. 

Os dados serão de grande relevância para criar protocolos de controle para gestão de crise. Em um momento crítico, em que o governo local autorizou a reabertura de diversas atividades, será crucial o mapeamento de áreas com maior ou menor gravidade e incidência de covid-19, tudo viabilizado por meio do que Edson Bias define como “clusterização”: o agrupamento de informações provenientes da coleta.

O aplicativo escolhido para realizar a coleta e compilação dos dados permite, sobretudo, a estruturação de uma base de dados segmentada e sólida, que resultará em informações mais precisas. Essas informações, por sua vez, serão de extrema importância para a gestão pública, e podem auxiliar nas tomadas de decisão dos gestores no cenário de pandemia. Desta forma, as chances de que estratégias realmente efetivas tenham impacto positivo contra a covid-19 aumentam.
 
Painel de dados do grupo de pesquisadores com gráficos e geolocalização 

Privacidade 


Como são anônimas, as informações permitem o desenho do mapa, sem o risco de incorrer em falhas de privacidade dos colaboradores. Para o professor Edilson Bias, este é o ponto principal do Formulário Cidadão: os dados estão seguros e protegem a identidade, bastando o participante fornecer seu CEP ou localização aproximada. A partir disso e, com uso de geotecnologias, os dados serão transformados em coordenadas, organizados e agrupados.

Essa não é a primeira iniciativa no sentido de criar bancos de dados informativos. O Observatório já mantém um Termo de Entendimento junto a um laboratório de referência para a coleta de exames realizados em todo o Brasil, o que viabiliza o mesmo processo, mas com o mapeamento dos exames positivados, sempre preservando o anonimato dos pacientes.

Os dados solicitados no formulário são o CEP residencial, idade, sexo, local de trabalho ou estudo, se a pessoa utilizou transporte público (metrô ou ônibus), se faz parte do grupo de risco, se apresentou sintomas da covid-19, se buscou auxílio em alguma Unidade Básica de Saúde (UBS), o tipo de encaminhamento recebido e se existe algum óbito por covid-19 na família.

Saiba Mais

Essas informações foram pensadas para criar um panorama preciso, com contorno voltado para dados geográficos, e não de caracterização do indivíduo. 

O professor destaca que o aplicativo não deve ser visto como uma ferramenta efêmera, apenas para este momento, já que as informações serão enviadas enquanto houver necessidade de acompanhamento para auxiliar as decisões do poder público, por meio da ciência. “O Observatório PrEpidemia pretende abrir um canal de obtenção contínua de dados, dentro de um processo colaborativo, e, para tal, conta com o apoio e compromisso de todos”, conta.

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