Correio Braziliense
postado em 02/07/2020 22:24
Queixas e denúncias sobre a alimentação servida no Hospital Regional de Santa Maria (HRSM) vão além das imagens de marmitas com a aparente presença de larvas. De acordo com o Conselho Regional de Enfermagem do Distrito Federal (Coren-DF), entre maio e junho, durante três visitas à unidade de saúde foram constatadas irregularidades. O mesmo foi verificado pelo Sindicato de Auxiliares e Técnicos de Enfermagem e pela Ação Conjunta Covid-19 — iniciativa que reúne SindEnfermeiro-DF, COREN, OAB-DF, Conselho de Saúde do DF e a Comissão de Direitos Humanos da Câmara Legislativa. Entram na lista de contestação alimentos estragados e frios, e pão mofado.
Em nota, o Instituto de Gestão Estratégia de Saúde do Distrito Federal (Iges/DF), responsável pelo hospital, informou que, com relação ao episódio das larvas, não teve acesso à refeição e que, por isso, não foi possível fazer uma avaliação direta. "Contudo, uma investigação já está aberta a fim de apurar os fatos".
Os alimentos servidos diariamente aos pacientes, acompanhantes legalmente instituídos e servidores autorizados das unidade de saúde do Iges/DF são fornecidos, desde abril, pela empresa goiana Salutar Alimentação e Serviços LTDA. Assinado em modalidade de dispensa de licitação, o contrato é de mais de R$ 7 milhões e tem vigência de seis meses.
De acordo com a nota enviada pelo Iges/DF, a empresa contratada para prestação de serviço de alimentação no HRSM é fiscalizada de forma rigorosa, tanto pelo próprio instituto, quanto pela Vigilância Sanitária. "O Iges/DF ressalta que preza pela saúde de todos os seus colaboradores, assim como de seus pacientes, e que procura oferecer um serviço efetivo e de qualidade como toda a população e seus profissionais merecem".
Por telefone, o Correio conversou com uma das proprietárias da Salutar Alimentação e Serviços, Giselle Vilela. "Tudo o que está acontecendo não é verdade. O nosso contrato é fiscalizado pelo cliente, o nosso trabalho é de qualidade, nosso processo produtivo é totalmente fiscalizado. Atendemos a um hospital de alta complexidade e sabemos disso. Recebemos os insumos diariamente, não tem reaproveitamento de comida, seguimos as regras dos órgãos reguladores", afirma.
Giselle tomou conhecimento dos fatos nesta quarta-feira. Ela conta que nunca recebeu qualquer notificação ou denúncia formalizada. "De qualquer forma, pedimos uma investigação para saber de onde isso procede", completa. Ao todo, ela afirma que são servidas sete refeições ao dia, totalizando três mil no decorrer de todo o dia.
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