Cidades

Uso de laranjas na campanha de Ibaneis envolveria R$ 1 milhão, segundo PF

Inquérito da Polícia Federal investiga o governador do Distrito Federal por suposta omissão de débitos durante a campanha de 2018. Ibaneis Rocha alega que não era dirigente partidário à época e, portanto, não interferia na distribuição da verba

Correio Braziliense
postado em 04/07/2020 07:00
Está em andamento um inquérito, instaurado pela Polícia Federal, contra o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), por suposta omissão de gastos durante a campanha eleitoral de 2018 por meio de laranjas. No documento, de 2018, o delegado Manoel Vieira da Paz questiona o motivo pelo qual vários colaboradores e militantes de rua foram registrados nas prestações de contas eleitorais das candidatas a deputada distrital Kadija Almeida e Dolores Moreira da Costa.

Segundo informações do jornal Folha de S.Paulo, o chefe do Executivo local, que chegou a ser indiciado, é suspeito de destinar cerca de R$ 1,08 milhão para as candidatas, que declararam a verba. Porém, na prática, o recurso teria sido usado para pagar militância de rua do então concorrente ao Palácio do Buriti. Em resposta, o Governo do Distrito Federal esclareceu que Ibaneis não era dirigente partidário no momento da candidatura e que, portanto, não interferia na distribuição dos recursos do fundo eleitoral do Movimento Democrático Brasileiro (MDB). Também reiterou que não houve subtração dos recursos. “Não houve omissão na prestação de contas de campanha, tanto que a prestação de contas do candidato foi aprovada pelo TRE/DF”, informou o texto.

Sobre a suspeita do uso de laranjas, o GDF alegou que as candidatas afirmaram, perante autoridade policial, que atuaram pelo trabalho social e político “e que nunca foram orientadas a contratar pessoas para trabalhar na campanha do candidato a governador”. “(Não houve) necessidade de utilização de outros candidatos para tal despesa”, acrescentou a nota.

O governador aguarda a conclusão do inquérito, que segue sob sigilo, para esclarecer os fatos assim que enviado ao Ministério Público Eleitoral (MPE). Em 8 de abril, Ibaneis respondeu, por meio do advogado Cleber Lopes, em ofício, que foram contratados 644 militantes, por valores “quase padronizados” para o serviço. “Poderiam ter sido contratados mais, pois a legislação fixava o limite superior a 4 mil para a campanha ao governo”, declarou Ibaneis. O chefe do Buriti acrescentou também que havia espaço no teto de gastos e no patrimônio pessoal, sendo que havia receita quase exclusiva do primeiro turno. “O suficiente para custear e lançar na prestação de contas outros prestadores de serviço, caso tivesse sido contratados”, disse Ibaneis.

Questionado sobre como eram feitas as divisões dos recursos financeiros do MDB, o governador explicou que, por disputar pela primeira vez uma eleição geral, não ocupava nenhum cargo de direção; por isso, não era permitido interferir nas decisões internas, “menos ainda no tocante à distribuição de recursos financeiros”.

Denúncia
Em outra denúncia, o MPE negou recurso apresentado pelo ex-governador Rodrigo Rollemberg (PSB) ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE) contra o governador Ibaneis Rocha. De acordo com o ex-chefe do Buriti, o então candidato ao GDF cometeu compra de votos e abuso de poder nas eleições de 2018. Há denúncias de que, à época, Ibaneis teria cometido crime eleitoral ao prometer a eleitores que “construiria, com recursos próprios, caso eleito, casas demolidas por ação da Agência de Fiscalização do Distrito Federal”. A Corte Regional, porém, não encontrou elementos que configurassem abuso de poder ou compra de votos, e ressaltou ausência de gravidade ou de lesividade no ato.

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