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Idoso, hipertenso e diabético vence covid-19 e vira exemplo de força no DF

Após primeiro teste ter dado negativo, ele precisou ficar em isolamento total por 12 dias, de internação na UTI e semi intensiva

Contra todas as probabilidades e expectativas de que não teria sucesso na luta contra o novo coronavírus, o comerciante do Paranoá Orlando Grassio, idoso de 73 anos, hipertenso e diabético, conseguiu vencer a covid-19 e se tornou agora exemplo de esperança para sua geração. Além de se enquadrar em três grupos de risco, ele ainda possui outras comorbidades, como pouca visão e baixa sensibilidade tátil. 

 

Orlando foi para Campo Grande para que a filha e a família pudessem cuidar dele durante um procedimento cirúrgico que precisava fazer, a retirada de uma hérnia inguinal, em 12 de junho. Antes, porém, em 2 de junho, ainda em Brasília, ele resolveu fazer o teste para covid-19, como forma de se certificar de que estava tudo bem para viajar. O resultado saiu no dia 5, e deu negativo. Dez dias depois, ele realizou a viagem e inicou os exames pré operatórios com cardiologista, neurologista e urologista. 
 
Com os resultados em mãos, Orlando retornou ao cardiologista para receber autorização para a cirurgia, mas na ocasião estava apresentando pressão baixa, glicemia baixa e baixa saturação. Foi então encaminhado para Santa Casa, onde, ao realizar exame de raio-x no pulmão, foi imediatamente isolado devido às imagens apresentadas. 

Em isolamento completo, realizou mais exames pois estava com sintomas característicos do novo coronavírus (falta de ar, dificuldade respiratória, além de apresentar quadro de fraqueza, letargia e baixa de sinais vitais). Antes mesmo de receber o resultado positivo, já foi encaminhado para o Hospital Regional de Campo Grande, que é centro de referência de tratamento na cidade, onde permaneceu na enfermaria com uso de oxigênio.   

Devido ao esforço respiratório e a necessidade de oxigênio ele foi transferido pra UTI. O resultado saiu positivo. Permaneceu mais dois dias na UTI até ser encaminhado para semi intensiva. Fez uso de oxigêncio por mais três dias até que as medicações (antibióticos) surtiram efeito e foi possível parar com o uso do oxigênio.

Orlando, porém, ainda tinha sequelas da covid e estava com os batimentos cardíacos mais fracos e acabou precisando de novos cuidados e mais exames. 

Isolamento 

Por motivo do isolamento total, a equipe de psicologia do hospital colocou um e-mail a disposição dos entes queridos para que eles possam enviar cartinhas para aquecer o coração dos pacientes. Mas mesmo com todo cuidado, a saudade e as lesões do vírus atrapalharam a recuperação de Orlando, que começou apresentar desorientação. 

Após mais chamadas de vídeo e cuidados da psicóloga, ele finalmente conseguiu receber alta com 12 dias de isolamento e internação de UTI e semi intensiva. Foi para casa, precisando manter por 14 dias isolamento domiciliar, e trabalho intensivo de terapias pra recuperar as funções acometidas. 

Até o momento ele ainda está com baixa cognitiva, relato frequente em pacientes pós internação.