Cidades

Aglomeração à beira do lago

Correio Braziliense
postado em 06/07/2020 04:22
Pessoas reuniram-se sem máscara e sem respeitar o distanciamento mínimo na orla ao lado da Ponte JK


O boletim da Secretaria de Saúde (SES/DF) divulgado na noite de ontem contabilizou 637 mortes provocadas pelo novo coronavírus na capital federal, além de 62 pacientes de Goiás e outros estados. A pasta confirmou 28 novos óbitos, sendo duas pessoas moradoras do Entorno. O total de registros de covid-19 no DF subiu para 57.854 — 2.094 notificações a mais em relação a sábado.

Ceilândia (7.835), Plano Piloto (4.095), Samambaia (4.013) e Taguatinga (3.957) lideram em relação ao número de casos. A primeira das quatro regiões administrativas, porém, registrou a maior quantidade de mortes: 137. Pacientes com mais de 60 anos são as principais vítimas no Distrito Federal, mas a confirmação da doença tem sido mais frequente entre pessoas de 20 a 49 anos.

Movimentação

Ontem, o cenário no Distrito Federal era bem diferente do esperado para um momento de pandemia, especialmente na região central de Brasília. Centenas de pessoas tiraram o dia para passear, fazer exercícios, andar de lancha e até promover churrascos em pontos de grande fluxo, como o Eixão do Lazer, o Calçadão da Asa Norte e a orla ao lado da Ponte JK. À beira do Lago Paranoá, além de aglomeração, festas e muito lixo, a reportagem encontrou dezenas de pessoas sem máscara. O uso do acessório tornou-se obrigatório no DF em 11 de maio, sob pena de multa. De 18 de maio a 4 de julho, 69 mil pessoas foram abordadas e 65 multas, aplicadas.

A movimentação era atípica até para um fim de semana de sol antes da pandemia. Mesmo assim, entre diversos grupos reunidos ao ar livre e próximos uns aos outros na tarde de ontem, o item de proteção não era uma das preocupações. Comerciantes aproveitaram a concentração de pessoas para vender passeios de lancha para quem quisesse acompanhar o pôr do sol próximo à Ponte JK. Uma volta de 30 minutos para um grupo de cinco pessoas saía em média R$ 150.


Recuperação

Mesmo com um cenário preocupante — enquanto vagas em leitos em unidades de terapia intensiva (UTIs) diminuem e as chances de transmissão do novo coronavírus aumentam —, um morador do Paranoá teve motivos para comemorar. Orlando Grassio, 73 anos, conseguiu curar-se da covid-19 depois de passar 12 dias internado. Hipertenso e diabético, o comerciante recebeu alta e ficará em tratamento em casa, para recuperar as funções acometidas.

O paciente teve baixa cognitiva, relato comum entre pessoas com quadro grave da doença. Devido ao isolamento total, a equipe do hospital colocou um e-mail à disposição dos parentes de pacientes para que eles pudessem trocar mensagens. Mesmo com todo o cuidado, a saudade e as lesões do vírus atrapalharam a recuperação de Orlando, que começou a apresentar desorientação. No entanto, após as chamadas de vídeo e o trabalho de psicólogos, ele conseguiu melhorar e ir para casa. (JE)



No sábado, o índice de isolamento social no DF ficou em 
40,9% 
 
 
 
 

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