Correio Braziliense
postado em 08/07/2020 04:18
Com pouco movimento, academias, salões de beleza, barbearias, esmalterias e centros estéticos reabriram as portas, ontem, em todo o Distrito Federal. A baixa procura, no entanto, era esperada pelos setores, que acreditam numa retomada lenta e gradual. O Correio percorreu algumas regiões e observou estabelecimentos vazios. Os segmentos retomaram as atividades após decreto do Governo do Distrito Federal (GDF) publicado no Diário Oficial do DF, na última quinta-feira, que liberou a retomada dessas atividades com uma série de medidas a serem seguidas.
A academia Halteres, na Asa Norte, recebeu dois alunos, no período da manhã. O espaço, que comporta 50 pessoas, pode atender, no máximo, 15, devido às restrições. Dono do local, José Luiz Braun conta que poucos clientes apareceram, ontem. “Alguns vieram para dar uma olhada, saber se estamos seguindo tudo certinho e dizem que voltam”, disse.
Na Smart Fit do Setor de Indústrias Gráficas (SIG), para treinar é preciso agendar horário. Embora se exercitasse em casa, a administradora Roberta Oliveira, 40, sentia falta do ambiente da academia. Por isso, deixou o treino agendado para o primeiro dia de reabertura do segmento. “Estar aqui é antiestresse para mim. Percebi que todos os cuidados estão sendo tomados e me sinto segura. Vim de máscara e luva. Indico para aqueles que querem voltar, que venham com segurança, que está tudo bem organizado”, afirma.
A presidente do Sindicato das Academias do Distrito Federal (Sindac), Thaís Yeleni, avalia a retomada como positiva. Ela conta que muitos usuários têm procurado a entidade para elogiar o protocolo seguido pelos estabelecimentos. “As pessoas estão indo e se sentindo seguras. Com o passar do tempo, a tendência é melhorar. Tem gente que não vem de jeito nenhum, mas têm aqueles que confiam e vão voltar”, adianta. Na contramão, muitos clientes foram às academias, ontem, para cancelar o contrato. “Isso estava acontecendo durante o fechamento e vai continuar. Mas, acreditamos, que será algo temporário”, opina Thaís.
Beleza
Os salões de beleza, barbearias, esmalterias e centros estéticos, também, reabriram com restrições. O dono da barbearia MG, em Sobradinho, Valdair dos Santos, precisou retirar metade cadeiras do local e, agora, opera com quatro assentos, distantes um do outro. “Estamos contentes com essa decisão do governo em reabrir, porque a gente precisava trabalhar. Cortar cabelo e fazer barba são questões de higiene. São essenciais”, defende.
Na Asa Norte, o salão Gisele Braga Hair Design, atende a um cliente por hora. Procedimentos com químicas serão até dois por dia, um pela manhã e outro à tarde. “Nossa rotina mudou completamente. Mas, precisávamos voltar, mesmo que assim. Antes, a gente estava vindo para o salão para ligar para as clientes, para manter contato. Agora, elas voltaram a ligar para cá. Algumas estão com medo, mas tentamos passar o máximo de segurança”, afirma a cabeleireira Gisele Braga.
Em meio a retomada dos comércios, o infectologista Leandro Machado ressalta que quanto mais pessoas estão na rua, maiores as chances de infecção. Para ele, não existe momento certo ou errado para a reabertura dos comércios. “Vamos pagar o preço por isso e pode ser caro, se tiver muitas pessoas infectadas”, completa.
O DF Legal e a Vigilância Sanitária da Secretaria de Saúde são responsáveis pela fiscalização das medidas do GDF. Por meio de nota oficial, o DF Legal informou que equipes estão nas ruas para orientar e verificar se os estabelecimentos estão seguindo as normas definidas pelo Executivo local.
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