Cidades

Amigos de estudante picado por naja prestam depoimento à polícia no DF

Polícia Civil investiga a origem do animal e principal suspeita tem relação com tráfico internacional; aluno de veterinária ainda não foi ouvido

Correio Braziliense
postado em 10/07/2020 13:50
Delegacia em que amigos de Pedro Henrique, atacado por naja, foram ouvidos na manhã desta sexta-feiraA Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) ouviu, nesta sexta-feira (10/7), o depoimento de três amigos de Pedro Henrique Santos Krambeck Lehmkul, de 22 anos, que foi picado por uma cobra naja na última terça-feira (7/7). Os investigadores buscam descobrir como Pedro teria conseguido contato com o animal, uma vez que ele não faz parte da fauna brasileira e não há registros da entrada do espécime no Brasil. 
 
De acordo com o delegado da 14º DP (Gama), William Ricardo, o amigo de Pedro que mantinha a naja em casa não colaborou muito com os investigadore. No entanto, os outros dois foram mais receptivos. Os três também estudavam medicina veterinária. 
 
A investigação também vai ouvir outros jovens que participam de um grupo de estudos de cerca de 40 pessoas. Dentro desse grupo, alguns estudantes passaram a comercializar os animais. “São animais muito raros e por isso de alto valor. Valem muito dinheiro”, diz William. A suspeita maior é que o tráfico seja em âmbito nacional, mas nenhuma possibilidade é descartada. 

Ainda não se sabe como os estudantes teriam conseguido os animais. Segundo o delegado, essa questão só será definida ao final das investigações.

Sobre o criadouro  

 
Como os animais foram encontrados em um haras, a suspeita é que o grupo utilizava os cavalos para produzir o soro antiofídico das cobras. “Quando o veneno é injetado no cavalo, ele produz anticorpos que podem ser retirados.” Os investidores não sabem quem é o dono do local. 
 
A investigação ganhou força na tarde desta quinta-feira (9), quando o Batalhão de Polícia Militar Ambiental (BPMA) encontrou uma espécie de criadouro clandestino no Núcleo Rural Taquara, em Planaltina. No total, 16 cobras foram apreendidas, sendo 10 delas de origem estrangeira. A suspeita é o que local tenha relação com a cobra que picou Pedro. Até o momento, ninguém foi preso.

Os répteis, assim como a cobra naja, localizada na noite da última quarta-feira (7/9), foram levadas ao zoológico de Brasília e seguem em observação. Apenas seis delas podem ser encontradas no Brasil e as marcas encontradas por profissionais indicam que elas não viviam em condições ideais. 

Os animais ficarão isolados no zoológico e passarão por testes veterinários. De acordo com os profissionais que recepcionaram os répteis, nenhuma das espécies localizadas, nacionais ou estrangeiras, corre risco de extinção na natureza.
 

Próximos passos 

 
Pedro Henrique Santos Krambeck Lehmkul, 22, foi picado por uma cobra naja na terça-feira (7/7)O estudante Pedro Henrique ainda se encontra no hospital, mas respondeu bem ao tratamento com soro antiofídico cedido pelo Instituto Butantan. De acordo com a equipe médica, há previsão de alta do rapaz até o sábado (11/7). A polícia ainda não revelou a data em que deve colher o depoimento do estudante de medicina veterinária.
 
“Mesmo ele estando acordado, Pedro ainda não tem condições de ser ouvido”, adiantou o delegado William Ricardo. 

Notícias pelo celular

Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.


Dê a sua opinião

O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.

Tags