Cidades

Entregas voluntárias aumentaram

Correio Braziliense
postado em 14/07/2020 04:26

Desde a semana passada, 26 cobras de 13 espécies já foram entregues ao Zoológico de Brasília. Algumas delas foram apreendidas em ações da Polícia Civil e do Ibama, e outras foram entregues espontaneamente pelos antigos proprietários.

Segundo Marco Freitas, analista ambiental do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMbio), o número de entregas voluntárias aumentou depois do caso de Pedro. Ele ressalta que a denúncia (veja Disque-denúncia) é importante e auxilia as autoridades no combate ao tráfico. “É um mercado muito grande, existe muita coisa por trás desse universo. Por isso, qualquer pessoa que quiser denunciar pode entrar em contato com os órgãos anonimamente”, afirma. “O mais correto seria chamar diretamente o Ibama ou o Ibram para fazer a recolha do animal.” A penalidade para quem cometer os crimes ambientais pode chegar a um ano, além de multa aplicada pelo Ibama.

No DF, há pelo menos três órgãos responsáveis pelo combate ao tráfico de animais: a Delegacia Especial de Proteção ao Meio Ambiente e à Ordem Urbanística (Dema), o Batalhão da Polícia Militar Ambiental (BPMA) e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). O analista ambiental considera que a fiscalização é importante e a introdução de animais exóticos na fauna brasileira pode ser extremamente prejudicial. “Se as espécies exóticas entrarem em contato com as locais, elas podem competir por espaço e comida, e isso pode levar algumas espécies brasileiras à extinção”, diz Marco. Ele afirma que em todo o Brasil há muitos animais em situação ilegal, e que os órgãos ambientais trabalham para recolher e cuidar dessas espécies.

Serpente asiática
A Polícia Civil apura a origem da víbora-verde-de-voguel, cobra exótica entregue na sede do Ibama na última sexta-feira.  Segundo o delegado William Andrade Ricardo, da 14ª DP, por ser uma cobra estranha ao território brasileiro, pode ter sido traficada pelo mesmo grupo responsável pela vinda da naja que picou Pedro Henrique. A serpente é asiática e não possui antiofídico no Brasil. Ela foi entregue pelo dono, junto com uma jararacuçu, que é nativa do Brasil.



Disque-denúncia

Quem mantém animais silvestres ou exóticos de forma irregular pode fazer a entrega voluntária ao Ibama em todas as unidades do país. A população também deve denunciar suspeitas de criação por meio da “Linha Verde”, no telefone 0800-618080. O órgão chama a atenção para o risco de ter animais, como serpentes, em ambientes inapropriados, tanto para o bicho, quanto para as pessoas.

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