Cidades

Bares e restaurantes abrem hoje

Empresários afirmam estarem preparados, atendendo a todas as medidas do GDF, para receber clientes nos estabelecimentos, após 116 dias fechados. No entanto, há aqueles que preferem esperar um pouco mais antes de retomar as atividades de forma presencial

Correio Braziliense
postado em 15/07/2020 04:20
Apesar de pedidos de reserva, Catarina Freire, chef do restaurante Nakombi, diz que não vai abrir o espaço hoje

A população do Distrito Federal pode voltar a frequentar bares, restaurantes, lanchonetes e lojas de conveniências a partir de hoje. Os estabelecimentos fecharam por 116 dias, após o Decreto n°40.539, de 19 de março, como medida de combate ao novo coronavírus. Durante as últimas semanas, empresários conviveram com a incerteza do retorno, pois uma ação popular na Justiça barrou a retomada de algumas atividades comerciais, na última quarta-feira, mas o Governo do Distrito Federal (GDF) recorreu e ganhou o embate judicial um dia depois. Em Ceilândia e Sol Nascente/Pôr do Sol, porém, apenas serviços considerados essenciais — como padarias e farmácias — estão autorizados a funcionar, sendo que a bares e restaurantes está permitido operar somente com entregas e retiradas. O governador Ibaneis Rocha (MDB) declarou, na véspera da reabertura, que pode voltar atrás e decretar novos fechamentos, caso seja necessário impor medidas mais rígidas de isolamento.

Dessa forma, os estabelecimentos precisam redobrar os cuidados e se ajustar às medidas impostas pela crise sanitária para funcionar. É o caso do Gentil Café, da Asa Sul, que firmou uma parceria com o aplicativo e-Bill, para que os clientes baixem o programa pelo QR Code fixado nas mesas, tenham acesso ao cardápio e possam fazer os pedidos pelo próprio celular. “Vamos seguir rigorosamente as recomendações da Vigilância Sanitária, com distanciamento de dois metros por mesa, aferição de temperatura dos empregados, troca de máscaras a cada três horas, capachos com solução desinfectante, suspensão de eventos, entre outras recomendações. É uma mudança de cultura em prol da saúde de todos e estamos confiantes que vai dar certo”, detalha a sócia Patrícia Gentil. Essas são algumas das regras de funcionamento impostas pelo GDF para o funcionamento legal (veja Regras).

O Sindicato do Comércio Varejista (Sindivarejista) divulgou que as suspensões de atividades econômicas em medidas de combate à pandemia resultou na perda de pelo menos 85 mil empregos no DF. Os shoppings, que comemoram hoje a reabertura das praças de alimentação, tiveram queda de 80% nas vendas durante a quarentena. Mas, o vice-presidente do Sindivarejista, Sebastião Abritta, lembra que a preocupação pelo lucro deve vir em segundo plano neste momento. “A prioridade agora é salvar vidas. Não adianta salvar CNPJ e esquecer o CPF. Então, essa retomada de hoje deve vir com muita responsabilidade. Para isso, precisamos da consciência da sociedade e dos empresários, que devem cumprir as medidas impostas pelo governo, evitar aglomerações e não sair de casa com sintomas”, alerta Sebastião Abritta. Ele lembra, ainda, que uma volta de atividades de qualquer forma pode levar a outro fechamento.

Precaução

O restaurante Nakombi priorizou a calma antes de abrir as portas. O empreendimento especializado em gastronomia japonesa recebeu vários pedidos de reservas na última semana, mas abriu mão do atendimento aos clientes no primeiro dia de liberação. “Não abriremos hoje, vamos voltar somente amanhã. Isso porque vamos descobrindo como estará o comportamento das pessoas e nos adaptando ao novo contexto”, avalia a chef Catarina Freire. Ela acredita que o ato de servir alguém é cercado de muitas responsabilidades, e os estabelecimentos precisam refletir sobre isso. “Restaurante é um lugar de vínculos, de socialização. Por isso, queremos propiciar um espaço agradável e seguro, com as recomendações necessárias. Entre as mudanças, estão o número de mesas, que antes atendíamos 110 pessoas e agora vamos atender somente 45, e o nosso kit de rodízio individual, um zip lock que vem com álcool em gel, hashi, molhos, guardanapos, lápis individual e comanda de pedidos descartável”, conta.

Nos bares, devido aos ambientes proporcionarem um contato mais próximo entre as pessoas, empreendedores estão em alerta. Dudu Camargo, chef do Dudu Bar, na Asa Sul, encerrou as atividades do ponto do Lago Sul, que funcionava há seis anos, mas diz que a ordem do retorno é a precaução. “Falo, há mais de três meses, que não quero abrir de cara, assim que possível, e planejo voltar somente no dia 1º de setembro. A gente vê vários locais pelo Brasil que estão abrindo e logo fecham de novo, isso quebra o empresário”, lamenta.


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