Correio Braziliense
postado em 15/07/2020 04:21
Na noite de ontem, o Congresso Nacional ganhou uma projeção especial. Frases de impacto como “animais sentem”, “maus-tratos a animais é crime” e “animal não é coisa” foram projetadas no prédio. A iniciativa partiu de várias organizações de defesa aos animais, que buscam conscientizar à população sobre a necessidade de preservar a natureza e combater o tráfico de animais silvestres e exóticos.
A ação foi realizada por ativistas que integram o Grupo de Estudos sobre Direitos Animais e Interseccionalidades (Gedai), a Frente de Ações pela Libertação Animal (Fala) e as organizações da sociedade civil Mercy For Animals Brasil, Fórum Animal, Sociedade Vegetariana Brasileira e Banda Herbivoria. Em outros pontos da cidade, os ativistas fixaram recados em defesa ao veganismo. O deputado federal Célio Studart (PV/CE) foi o autor do requerimento que autorizou a realização do ato.
Ainda ontem, o deputado federal Professor Israel Batista (PV-DF) protocolou projeto de lei que propõe multa mais rígida nos casos de tráfico de animais, de acordo com a vantagem econômica obtida e o potencial de letalidade do animal apreendido. O PL também impede a conversão dessas multas em serviços comunitários e garante que serpentes venenosas apreendidas sejam destinadas a institutos de pesquisas. Agora, o parlamentar busca apoio de, pelo menos, 171 deputados federais para pedir votação em caráter de urgência no Plenário da Câmara.
Segundo o parlamentar, o caso da naja evidenciou uma fragilidade do sistema brasileiro. Para ele, a multa atualmente é muito branda, o que pode incentivar os crimes. “Depois dessa situação da naja, a gente começou a desvendar algo que estava escondido. E foi chocante ver a quantidade de animais que são inseridos na nossa fauna de maneira inadequada e trazem prejuízo à vida humana, podendo provocar até um desequilíbrio ambiental”, disse o deputado.
Ele acredita que, mesmo durante a pandemia, o projeto tem grande chance de prosperar rapidamente. “Não é um projeto que vai ensejar um debate muito acalorado de pessoas contrárias, porque a situação é muito óbvia, é uma crise óbvia. Acredito que, mesmo os mais alheios às questões ambientais não vão criar resistência”, disse o parlamentar.
(Colaboraram Bruna Lima e Jaqueline Fonseca)
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