Cidades

Bares reabrem com expectativa de recuperar perdas, mas movimento é fraco

Na primeira noite de funcionamento, o movimento ainda é fraco. Algumas pessoas, porém, aproveitaram a volta dos estabelecimentos

Correio Braziliense
postado em 15/07/2020 21:15

Com distanciamento e seguindo os protocolos, clientes voltam aos baresA primeira noite com bares em funcionamento depois de mais de 100 dias fechados por causa da pandemia não teve muito movimento, mas alguns brasilienses resolveram aproveitar a flexibilização da quarentena. O  Decreto n°40.539, de 19 de março, autorizou a volta do funcionamento de bares e restaurantes a partir desta quarta-feira (15/7), condicionada à lotação máxima de 50% da capacidade do local. 

 

O gerente do Fausto e Manoel do Sudoeste, Afranio Cordeiro, se mostrou bastante otimista com a volta. "Está começando bem. Estamos com menos da metade das mesas. O almoço foi bom. Estamos tomando todas as medidas possíveis. A gente está fazendo de tudo para não fecharmos mais. Eu estava com medo dos clientes não respeitarem, mas estão respeitando. A expectativa é de que vai encher", explicou. No bar, todos os garçons usavam máscaras, as mesas estavam distantes e o cardápio é em QR Code. O jogo de mais tarde será transmitido, mas Afranio garante que já deixou o aviso.  "Comemorar cada um na sua mesa", afirma. 

 

O professor Gabriel da Silva, 40 anos, foi ao bar comemorar um aniversário, mas, para ele, talvez esse não fosse o melhor momento para voltar ao funcionamento. "Resolvemos nos encontrar, mantendo o devido distanciamento e respeitando o protocolo. Não sei se é o melhor momento, mas qualquer coisa fecha de novo", afirmou. "Eu viajo bastante e todos os estados que flexibilizaram, os bares funcionavam nessa configuração, mas todos tiveram que fechar. É um risco que não sei se vale a pena ou não. Eu estou correndo risco. A população está em casa há quatro meses. Tenho parentes próximos que pegaram covid, conseguiram se recuperar, outros faleceram", lamentou. 

 

[SAIBAMAIS]O amigo dele, Marcelo Ilha, 55 anos, estava mais confiante. De acordo com ele, é preciso aprender a conviver com o vírus. "Eu acho importante a socialização. Claro que temos uma virose para combater, mas temos que começar a tocar o país. As pessoas estão perdendo emprego. Quem é do grupo de risco fica em casa. Porque nós temos que aprender a viver com essa virose. As pessoas não aguentam ficar em casa. A aids nunca descobriram uma vacina", justificou o piloto de avião. 

 

 

 

O Piauí, na 209 Sul, estava mais vazio, mas havia 10 mesas ocupadas com grupos de até seis pessoas. Luiz Pedro Pompas, 21 anos, acha que a volta não é precipitada e que é necessária.  "Eu acho que é necessário. Porque não tem capital de giro, se não voltar quebra. Passamos por coisas piores. A gente só tem medo das coisas que vêm. Para o mundo girar a gente precisa caminhar. Estar vivo é perigoso, a gente pode morrer amanhã. Meu amigo pegou covid fazendo quarentena", afirmou o mecânico. 

 

A recepcionista Alerrandra Rodrigues, 22 anos, disse que tem receio, mas isso não impediu de resolver sair um pouco. "É perigoso, mas a gente vai levando. Não tem como ficar parado. Estava com saudade de sair", afirmou. 

Gabriel Barbosa, 22 anos, é outro que tem medo, porém acha que já estava na hora de abrir. "O país não pode parar. O vírus não vai sumir e a gente tem que conviver. Eu fico com receio pelos meus pais e familiares, mas eu cheguei em um ponto em que eu posso fazer as coisas com cuidado e se acontecer, aconteceu", afirmou.  

 

Regras de funcionamento 

 

Confira as principais orientações da Vigilância Sanitária e os protocolos que deverão ser respeitados em todos os estabelecimentos:

 

Bares e restaurantes:

 

- uso de máscaras por funcionários e clientes;

 

- manutenção e limpeza de filtros de ar-condicionado;

 

- garantia de distanciamento mínimo de dois metros entre as pessoas;

 

- aferição de temperatura corporal;

 

- funcionamento com 50% da capacidade;

 

- proibidas apresentações de qualquer tipo ao vivo;

 

- cobertura das máquinas de cartão com papel-filme para facilitar a higienização;

 

- Higienização regular de cadeiras e mesas de uso coletivo, com disposição delas à distância de dois metros umas das outras (a contar das cadeiras que servem cada mesa); tudo deverá ser higienizado após cada refeição

 

- Não recomendação dos sistemas self-service e rodízio, pelo alto potencial desses sistemas para transmissão da covid-19;

 

- Restrição de acesso de clientes;

 

- Mesas com distanciamento mínimo de dois metros entre elas e limite de número de pessoas por mesa, de forma a manter a distância entre elas

 

- Cardápios podem ser adaptados para acesso on-line pelo celular, com uso de QR Code;

 

- Os locais deverão dar preferência ao recebimento das contas nas próprias mesas, bem como utilizar tecnologia de aproximação do cartão para efetuar os pagamentos;

 

- Para não ocorrer espera, devem priorizar acesso aos serviços com hora marcada, evitando aglomerações e, se possível, utilizar ao máximo as áreas externas para atendimento aos clientes. Sugere-se ainda que sejam utilizadas tecnologias de “fila por aplicativo”, evitando-se também o uso de buzzers ou pagers.

 

Clientes:

 

- utilizar máscaras durante a permanência no restaurante, exceto durante a refeição. As máscaras devem ser retiradas e recolocadas após a higienização das mãos, com toque restrito às cordas e laterais de ajuste.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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