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Acompanhe a cobertura da política local com @alexandrepaulas

Correio Braziliense
postado em 19/07/2020 04:08
Acompanhe a cobertura da política local com @alexandrepaulas


Casos aumentaram com flexibilização

A análise dos dados da covid-19 no Distrito Federal mostra que o crescimento dos casos acompanhou os decretos do GDF que liberaram mais atividades comerciais. De acordo com especialistas, o prazo para se observar reflexos de ações assim nos números é de cerca de 15 dias. Em 27 de maio, por exemplo, houve o retorno dos shoppings e de alguns estabelecimentos comerciais. Nesta data, havia 7.761 casos confirmados. Em 12 de junho — ou seja, uma quinzena depois —, o total alcançava 21.396 (2,75 vezes maior). No mesmo período, a quantidade de mortes saiu de 133 para 282 (pouco mais do que o dobro). Ainda segundo os pesquisadores, é necessário destacar que a relação entre flexibilização e avanço do coronavírus é indireta, pois outros fatores podem pesar para o comportamento da pandemia.



Influência

Levantamento do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap) definiu os 100 políticos mais influentes do Congresso Nacional, de acordo com a capacidade de conduzir debates, negociações, votações, articulações e formulações. Do distrito federal, somente a deputada Erika Kokay (PT) ficou entre os 100. A pesquisa, no entanto, inclui também outros 50 parlamentares em ascensão. Nesse caso, aparecem mais três representantes do DF: o senador Izalci Lucas (PSDB) e os deputados federais Israel Batista (PV) e Bia Kicis (PSL). 



No Legislativo


Depois de alguns registros no primeiro escalão do GDF, a covid-19 começou a chegar aos políticos do Legislativo do Distrito Federal. Recentemente, a senadora Leila Barros (PSB) foi diagnosticada com o vírus. Da Câmara Legislativa, dois distritais também tiveram a doença confirmada: Daniel Donizet (PSDB) e Martins Machado (Republicanos). Todos eles estão fazendo o tratamento e cumprindo isolamento em casa.



Ceilândia

Depois de mais de uma semana com as atividades não essenciais fechadas por determinação do governador Ibaneis Rocha (MDB), Ceilândia e Sol Nascente terão o retorno do comércio amanhã. Durante a semana, houve manifestações de empresários locais pedindo a retomada. No entanto, a região continua como o lugar em que a situação da covid-19 no DF é mais drástica, em primeiro lugar no número de casos.


Nova composição

O Conselho de Cultura do DF convocou eleições para escolha de conselheiros regionais para o triênio 2021/2024. A Lei Orgânica da Cultura (LOC) previa que o pleito fosse realizado neste ano, por isso, diante das complicações causadas pela pandemia, todo o processo de inscrição e seleção será feito on-line. A previsão é de que a votação em si ocorra entre 21 de setembro e 2 de outubro. O colegiado tem nove integrantes e pessoas de todas as regiões administrativas do DF — com atuação na área cultural — podem se inscrever para participar da seleção.


Mandou bem

A Universidade de Brasília (UnB), em decisão inédita, expulsou 15 estudantes e cassou dois diplomas por fraudes no sistema de cotas. Punir quem pratica irregularidades, sobretudo em um programa como esse, é fundamental para garantir a integridade da iniciativa.


Mandou mal


Com a repercussão do caso da naja que picou um estudante universitário, não param de ser encontrados animais exóticos que foram trazidos de forma irregular para o Distrito Federal. O tráfico é crime e, via de regra, trata esses bichos de maneira cruel.


A PERGUNTA QUE NÃO QUER CALAR


É seguro, num momento em que o número de casos de covid-19 ainda é alto no Distrito Federal, frequentar bares e restaurantes?


SIGA O DINHEIRO
R$ 8.955.250


Valor destinado no mês de junho para os beneficiários do programa Prato Cheio, do GDF.



À QUEIMA-ROUPA

Cristovam Buarque (Cidadania), ex-governador do DF e ex-senador

Recentemente, o senhor fez uma postagem no Twitter em que questionava: “onde erramos?”. O senhor escreveu um livro sobre isso. No post, houve críticas tanto da esquerda quanto da direita. Por que isso incomodou tanto? Na sua visão, a ascensão de políticos como Bolsonaro ao poder é, de fato, culpa dos políticos do campo progressista?

Incomodou porque cada grupo joga culpa nos outros. A autocrítica não é um dom dos políticos, sobretudo dos que se julgam donos da verdade, sejam de esquerda, sejam de direita. Por isso, criticam sem ler nem mostrar quais os erros do livro: Por que falhamos: O Brasil de 1992 a 2018.

Qual a principal falha? Foi mais grave perder a capacidade de se comunicar com parte da população ou decepcioná-la?
Coloco 24 falhas. A primeira: a divisão do PSDB e do PT. Colocaram as eleições municipais na frente do Brasil. Segunda: não apresentamos uma utopia nova, que para mim teria sido o Brasil ter uma educação de qualidade e o filho do pobre na mesma escola no filho do rico. Um dos piores erros foi alguns caírem na corrupção e muitos fecharem os olhos para corrupção dos correligionários. Foi um erro acreditar em narrativas falsas de que estávamos mudando o Brasil.

É possível se recuperar desses erros?
Claro que vamos nos recuperar. Mas, para isto, é preciso reconhecer os erros, pedir desculpas ao povo pelos erros, mostrar as coisas boas que fizemos e oferecermos um programa novo para o futuro.

Ao fazer essa autocrítica, onde o senhor considera que errou?
Eu sou parte desse conjunto. Um erro pessoal foi não ter conseguido convencer o Presidente Lula da importância da educação de base e da necessidade da federalização.

Arrepende-se do voto a favor do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff?
Não posso me arrepender de um gesto que me senti obrigado a fazer, por coerência. Falei dois anos que a presidente Dilma cometia crime de responsabilidade, alertei das consequências, que vieram. Eu seria incoerente se votasse diferente do que eu falara. Se foi um erro político, foi um acerto moral. Sempre coloquei a moral na frente da política. Fiquei meus anos na política zelando por esta coerência, e não a perdi. Apesar de perder amigos, eleitores, ser agredido na rua e ver até a minhas netas de 10 e 6 anos sendo agredidas. O Gabinete do Ódio já existia antes. Felizmente, naquele momento eu tive coragem para continuar coerente. Hoje, era capaz de eu ser mais pragmático e menos coerente.

O senhor foi ministro da Educação, como vê a sucessão de crises no MEC? Há esperanças com o novo escolhido?
O problema da educação não está no ministro, mas no presidente. Ministro não manda e se tenta mandar, cai. Sobretudo se carrega o celular em viagem. O atual governo vai cometer o triste milagre de piorar a educação, que já era ruim quando ele chegou.

Como o senhor, que também foi governador, tem avaliado a gestão de Ibaneis?
Depende do dia.

Mas como o senhor vê a condução da crise nestes últimos dias pelo governador? Acha que ele acerta ao reabrir todo o comércio?
Esta pergunta é para os médicos. Pelo que eu ouço no noticiário sobre outras cidades brasileiras e o resto do mundo, acho que ele comete um erro. Sabemos das dificuldades da população, nossas crianças estão traumatizadas e muitas nunca vão recuperar plenamente a educação, vemos as notícias de empresas encerrando atividades, mas todas as informações são no sentido de que precisamos agir como deu certo em outras partes “distanciamento, graças ao isolamento”. Onde os governos cederam às pressões e optaram pelo mais fácil de ignorar o vírus, este terminou vencendo. E a popularidade do governante junto aos eleitores foi paga com a morte de seus familiares.


Só papos



“Nossas salas de aula são apertadas e mal ventiladas. Tem escola que não tem nem água. É mais prudente o governo se debruçar no combate efetivo da pandemia e pensar no retorno depois.”

Chico Vigilante (PT), deputado distrital



“As crianças e adolescentes estão nas ruas, brincando aglomerados. Ir para escola não vai aumentar riscos de contaminação, eles já estão se expondo.”

Júlia Lucy (Novo), deputada distrital

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