Correio Braziliense
postado em 21/07/2020 04:07
O deputado estadual do Rio de Janeiro Alexandre Knoploch (PSL/RJ), acusado de disparar um tiro de arma de fogo no pé do advogado Helvídio Neto, 39 anos, nega que tenha oferecido R$ 15 mil para que o homem mudasse as versões do caso à Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF). Em entrevista ao Correio, o parlamentar afirma que o valor teria sido um acordo firmado entre as partes para despesas médicas de fisioterapia. O caso ocorreu em 3 de julho, em frente a um bar na 408 Sul.
Segundo o deputado, a situação ocorreu após uma reunião com outros parlamentares do Rio de Janeiro, e um amigo, de Brasília. Ele frisa que, à época, não tinha conhecimento de que bares e restaurantes estavam com funcionamento proibido por conta da pandemia da covid-19. “Eu estava em um jantar, com o intuito de buscar recursos para o Rio de Janeiro, em decorrência da crise da pandemia. Fui convidado a conversar com um amigo em um restaurante. Ele chegou cerca de 10 minutos depois de mim e passamos a conversar. Após 1h30, houve uma discussão entre um rapaz e outro deputado”, explica.
“Meu amigo tentou apartar a briga, momento em que ele levou um soco do deputado, que saiu do restaurante. Eu saí para procurar o parlamentar, mas não o encontrei. Naquele momento, já de costas para o restaurante, levei um soco no rosto. Fui arremessado por cerca de cinco metros, machucando os braços e as pernas. Meu terno rasgou e meus óculos quebraram. Ao chão, vi esse homem (Helvídio Neto), grande, vindo em minha direção”, relata Alexandre Knoploch.
O parlamentar alega que temeu continuar sendo agredido e, “automaticamente, saquei minha arma, que é devidamente legalizada. Eu deferi um único disparo, no pé dele. O objetivo era repelir a injusta agressão, não colocar em risco a vida dele e dos demais. Foi isso que ocorreu. Não agi com força desproporcional, se isso tivesse ocorrido, ele não estaria aqui para dar a versão dos fatos.
”Depois do caso, o deputado disse que procurou um advogado e seguiu para registrar a ocorrência na 1ª Delegacia de Polícia (Asa Sul). “Qual é a lógica de eu tentar comprar uma versão e modificar a história, se eu fui o primeiro a procurar a polícia?”, questiona Knoploch.
O delegado Mauricio Iacozzi, da 1ª DP, disse que Helvídio não relatou à polícia a proposta que disse ter recebido do deputado Alexandre Knoploch. O responsável pela investigação destacou que a apuração do caso está em fase final. As investigações apontam que o deputado agiu em legítima defesa.
Despesas médicas
O deputado do PSL afirma que, no dia posterior ao caso, Helvídio Neto o procurou. “Ele se desculpou e me pediu ajuda com as despesas médicas, pois não tinha recursos financeiros para se manter. Nisso, digo que a primeira coisa que eu quero é refutar, com veemência, a versão de força desproporcional. Porque, se realmente fosse, ele não estaria dando entrevistas. Eu me compadeci com a história, em que ele alega não ter recursos para se manter, eu me disponibilizei a ajudá-lo com a fisioterapia. Chegamos ao valor de R$ 15 mil, dividido em 12 vezes, e pedi para ele resolver o restante da questão com meus advogados”, garante.
“Depois de firmado o acordo para auxiliar as despesas médicas, eu pedi que ele só contasse à delegacia a verdade. Todas as testemunhas e os vídeos obtidos pela Polícia Civil corroboram com a minha versão”, reflete.Por fim, o parlamentar Alexandre Knoploch frisa que o valor pago a Helvídio Neto “não tem nenhuma relação com mudança de depoimento à polícia. Esse acordo foi com as despesas médicas, apenas isso. Agora, ele diz que eu tentei comprá-lo com R$ 15 mil? Isso é um absurdo. Eu sofri uma injusta agressão, estava ao chão e deveria ficar ao chão esperar ser espancado? Não agi com força desproporcional e, sim, em legítima defesa.”
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