Cidades

Solidariedade: Empresário se reinventa e ajuda crianças carentes

Dono de uma malharia em Taguatinga, o empresário Jesualdo dos Santos doou vários uniformes que estavam sem uso e guardados na fábrica de confecção

Correio Braziliense
postado em 21/07/2020 14:50
Empresário teve que se readaptar às novas necessidades, mas não esqueceu de ajudar outras pessoasMesmo em meio à crise econômica trazida pela pandemia do novo coronavírus, ainda há empresas que enxergam a oportunidade para ajudar a quem mais precisa. O dono de uma malharia em Taguatinga Norte  precisou se readaptar diante da diminuição da produção de uniformes escolares. 

O empresário Jesualdo dos Santos, 46 anos, proprietário de uma fábrica de confecção de uniformes escolares,  participou de um programa de consultoria para pequenas empresas e precisou liberar espaços, limpeza e melhorar a organização da fábrica. Foi aí que ele percebeu que haviam muitos uniformes escolares de escolas que já fecharam e até uniformes antigos que estavam ocupando espaço desnecessário. 
 

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A empresa está há 10 anos no mercado. No entanto, a consultoria veio para ajudar no  enfrentamento da nova realidade. “A maior parte das nossas confecções eram de uniformes escolares, mas com a crise trazida pela pandemia tivemos que nos reinventar. Agora, nós estamos fabricando máscaras de proteção fácil para o GDF e para grandes empresas privadas”, conta o empresário. 

Com isso, ele resolveu doar os uniformes para duas instituições que atendem pessoas em vulnerabilidade social no Distrito Federal. A Creche Pingo de Ouro, no Sol Nascente, instituição que assiste 150 crianças; e o projeto Para o Reino, que ajuda moradores de rua e famílias em situação de vulnerabilidade na campanha Criança Não é de Rua.

“Sempre que sobram tecidos nossa empresa realiza doações. Até para outros estados. Se formos pensar só na gente é muito fácil, precisamos pensar naqueles que mais precisam mesmo. Com a pandemia, tinha muita coisa sem uso. Daí, surgiu a ideia dessa iniciativa junto com o pessoal do Senai: fizemos uma consultoria, escolhemos as instituições e doamos”, explica.

Entre as peças doadas estavam camisetas, shorts, calças, calças sociais, agasalhos, moletons e roupa para fazer esportes. Todas as peças foram confeccionadas com tecido de primeira linha de tactel, malhas santaconstância, helanca e algodão. Cada entidade ficou com a tarefa de descaracterizar a logo e identificações dos uniformes. Com esta arrecadação, a meta é agasalhar o máximo de pessoas possível.

Campanha Criança não é de Rua 

A campanha é uma ação nacional que ocorre anualmente no dia 23 de julho.  A ação é realizada pela rede nacional Criança Não É de Rua, em parceria com outras organizações e movimentos sociais do Brasil. A CNER é uma rede de organizações que lutam pelos direitos de crianças e adolescentes em situação de rua, com a missão de articular, implementar e apoiar ações reivindicatórias e propositivas de enfrentamento à situação de vulnerabilidade social de crianças e adolescentes e suas famílias, sobretudo as que vivem em situação de rua.

Ao todo, 16 estados participam da rede. São eles: Amazonas, , Bahia, Ceará, Distrito Federal, Espírito Santo, Maranhão, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, São Paulo e Sergipe.

Em Brasília, uma parceria entre o Projeto do Reino e a rede de solidariedade do DF Barba na Rua resultará em uma ação de entrega de roupas, doces, lanches e brinquedos para as crianças que estão em acolhimento em instituições, além das que estão situação de rua.  Esses uniformes doados pela malharia também serão entregues nesta ação. 

O coordenador da rede de solidariedade do DF Barba na Rua, Rogério Barba, 49, afirma que, durante a pandemia, precisou mudar os locais de auxílio à população de rua. “Nós resolvemos sair do Plano Piloto para atender a periferia, Ceilândia, Samambaia, Taguatinga, entre outras,  que sofrem muito mais, são muito mais carentes do que a gente pode imaginar. Nesse processo,  a gente arrecada as doações e oferece aos projetos do DF. Aqui, o Projeto do Reino é a única instituição que entrega de 150 a 200 marmitas por dia nas ruas. Nosso papel é ajudar essas pessoas a não parar com esse trabalho”, afirma.
 
*Estagiária sob supervisão de Nahima Maciel

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