Cidades

Secretaria de Saúde estuda tratamento para covid-19 com nitazoxanida

Pasta lança projeto que vai analisar eficácia do medicamento no tratamento da doença. Estudo envolve o uso da droga nos sintomas iniciais da doença e vai começar UBS 9 de Ceilândia

Correio Braziliense
postado em 22/07/2020 00:17
Ação começa a cadastrar participantes para um tratamento experimental em estrutura instalada na UBS 9 de CeilândiaA Secretaria de Saúde lança, nesta quarta-feira (22/7), projeto para analisar eficácia do medicamento nitazoxanida no tratamento da covid-19. A ação intitulada de 500 Voluntários Já busca a participação da quantidade especificada para ajudarem no estudo. 

O projeto é uma parceira da Secretaria de Saúde com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) e será implementado na Atenção Primária, inicialmente, no estacionamento da Unidade Básica de Saúde (UBS) 9 de Ceilândia. A estrutura instalada conta com quatro salas de acompanhamento. 

Os voluntários poderão fazer a testagem para o novo coronavírus em uma unidade móvel de pesquisa montada no UBS e, com 24 horas, serão convocados a buscarem o resultado do exame. Em caso positivo, serão selecionados pacientes com idade superior a 18 anos, infectados pelo Sars-Cov-2 (coronavírus) que apresentarem até o terceiro dia de manifestação clínica da doença ao menos dois sintomas mais comuns do coronavírus como, febre e/ou tosse seca e/ou fadiga. Diabéticos, pessoas que estejam realizando hemodiálise ou em tratamento contra algum câncer não podem participar do estudo. 
 
Os participantes vão receber kits de medicamento juntamente com as instruções para o uso correto. Eles deveraão usar a nitazoxanida durante cinco dias seguidos e após isso retornar a unidade para análise de carga viram e efeitos do remédio no corpo.

Caso seja comprovada a eficácia da nitazoxianida, espera-se que haja redução da quantidade de vírus presente nas vias aéreas dos participantes tratados e melhora de sintomas mais rapidamente com redução do risco de insuficiência respiratória, redução do risco de internação hospitalar e redução de mortalidade.
 
De acordo com o secretário de Saúde, Francisco Araújo, a pesquisa traz expectativas para a capital. “Este é um momento de esperança. Uma pandemia pode ser comparada tranquilamente a uma guerra. Cada profissional da saúde tem dedicado sua vida para proteger outras vidas, porque no caso do trabalhador da saúde, a gente não pode se furtar de ir ao hospital, de ir à uma UBS, de frequentar o nosso espaço para proteger as pessoas”, declarou o secretário. 

 
Estudos

Desde fevereiro, o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) conduziu estudos de reposicionamento do medicamento nitazoxanida, que após o experimento, apontou cinco moléculas capazes de inibirem a replicação do novo coronavírus (SarsCov-2) com 94% de eficácia.

Em junho, especialistas do Hospital Regional da Asa Norte (Hran) começaram a estudar o uso da medicação em pacientes que apresentavam pneumonia grave causada pela covid-19. Para isso, os especialistas participam de diversos ensaios multicêntricos na busca de soluções pautadas no conhecimento científico.

As pesquisas realizadas pelos profissionais de saúde identificaram a nitazoxanida, usada principalmente como antiparasitária, como um possível medicamento para combater a covid-19. O remédio já teve efeito evidenciado contra diversos vírus, como o da Influenza e o coronavírus responsável pela pandemia chamada MERS (Síndrome respiratória do Oriente Médio), em 2008 — o vírus pertence à mesma família do causador da Sars (Síndrome Respiratório Agudo Grave), que provocou 800 mortes no mundo em 2003.



Com informações da Agência Saúde

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