Correio Braziliense
postado em 22/07/2020 18:43
Na manhã desta quarta-feria (22/7), a estudante Isabella Caetano, 24 anos, registrou uma ocorrência de ameaça na 3ª Delegacia de Polícia (Cruzeiro Velho) contra João Carlos Bruno, síndico responsável pela administração do Bloco B da Quadra 103 do Sudoeste.
Segundo relato da universitária, ela estava passeando com a mãe e os cachorros, da raça shih-tzu, em uma área verde do prédio quando foi intimidada pelo síndico. Ele teria informado às moradoras da quadra que o local correspondia a uma área privada e ameaçou pulverizar veneno caso elas retornassem com os animais.
Isabella realizou algumas filmagens da situação e publicou nas redes sociais. No vídeo, João Carlos Bruno afirmou, ao ser questionado pelas mulheres a respeito do motivo pelo qual os cachorros não poderiam ter acesso às imediações do edifício: “Vou colocar porque aí não é lugar de andar com cachorro. Se vier cachorro aí vai morrer, eu vou colocar o veneno”.
Ainda de acordo com Isabella, João Carlos teria afirmado várias vezes que o terreno era privado e, caso elas não se retirassem, ele chamaria a polícia.
O Correio conversou com o síndico que explicou que o terreno no qual as duas estavam é de responsabilidade do condomínio. "Para vir nessa área, só pode entrar se passar dentro do prédio. Sem autorização de um proprietário ou do síndico ou uma ordem judicial, isso é invasão. É uma área cercada", afirmou.
João Carlos disse que, em um primeiro momento, tentou conversar com a mãe de Isabella e pediu que ela não circulasse naquele local tendo em vista que é moradora de outro prédio da quadra. "Mas não deu certo e depois não quis polemizar mais. Lógico que não vou fazer isso, é uma área que as crianças brincam também", esclareceu.
Em nota, a Administração do Sudoeste informou que, de acordo com o Geo Portal, ferramenta da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Urbano e Habitação (Seduh), o lote é registrado apenas onde se encontra o prédio, ou seja, somente o prédio pode ser considerado uma área particular.
"O Sudoeste é uma região tombada e, por isso, os pilotis são de acesso livre a todos, bem como a área verde em torno dos blocos. Não há nada que proíba a pessoa passar por ali. O problema maior seria do cuidado do dono com o cachorro, com as necessidades do animal e a coleira, principalmente. O sindíco não pode proibir a passagem da moça pela área, mas pode pedir para que, caso necessário, ela limpe as necessidades do cachorro ou que o cachorro use a coleira", detalhou a administração.
* Estagiária sob a supervisão de Mariana Niederauer
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