Cidades

Blocos do DF cogitam cancelar carnaval caso não haja vacina para covid-19

Liga de Blocos Tradicionais estuda suspender desfiles em fevereiro, enquanto não houver imunização disponível ou drástica queda no número de casos e mortes pela doença

Correio Braziliense
postado em 22/07/2020 22:33
Bloco dos Raparigueiros e Baratona ao lado do Estádio Nacional, em 2019
Após 45 anos de folia, o Carnaval de Brasília não deve ocorrer em 2021. A Liga de Blocos Tradicionais do Distrito Federal avalia que, sem uma vacina para a covid-19, não há como promover desfiles com segurança. 

De acordo com Paulo Henrique Oliveira, 41 anos, presidente da liga, embora o martelo não tenha sido batido, não há condições para promover uma aglomeração tão grande de pessoas. "Carnaval seria um meio de transmissão do vírus em massa incalculável porque além de ser a maior aglomeração festiva do mundo, o contato interpessoal é enorme. Depois que uma pessoa toma uma cervejinha, ela quer namorar, quer abraçar, quer beijar. A gente sabe que o ambiente não está propício, não está favorável", afirma.

Um dos fundadores do Galinho de Brasília, Franklin Maciel Torres, 73 anos, já não sai de casa há quatro meses. Cardíaco e diabético, teme contrair o coronavírus e adoecer. Para ele, é improvável que a folia aconteça em fevereiro. "Por mim, não vai ter carnaval em fevereiro de maneira alguma. É muito arriscado. Eu adoro carnaval mas gosto mais da saúde da população", avalia o organizador.

A liga é composta por oito blocos de carnaval: Baratona, Baratinha, Galinho de Brasília, Asé Dudu, Mamãe Taguá, Raparigueiros, Menino de Ceilândia e Pacotão. Todos, sem previsão de saída em fevereiro. A organização estuda outras possíveis datas para o desfile, como o aniversário de Brasília - mas apenas em caso de uma vacina ter sido encontrada e disponibilizada para a população. 

"Se não sair vacina, ou os números não caírem drasticamente - os números teriam que se equiparar a zero, para a gente não ter risco -, não vai ter como. A gente tem que ter os pés no chão e fazer algo seguro e saudável", declara Oliveira. 

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