Correio Braziliense
postado em 26/07/2020 04:12
Sonhar com um mundo melhor e poder ajudar o próximo foi o que fez Antônio Júnior Araújo Silva, 50, buscar a enfermagem. Do front de batalha, no Hospital Regional do Guará (HRGU) dedicou-se a ajudar pacientes, doando os conhecimentos em saúde, mas também o apoio fraternal. Em 20 de junho, após uma batalha interna contra o coronavírus, ele não resistiu e acabou falecendo.
No próximo dia 27, completaria 18 anos de casado com a advogada Viviane Theodoro, 45, a quem conheceu ainda na infância. Juntos, tiveram um menino. “Eu costumava dizer que, com ele, nosso filho conseguia tudo. Eu era a rigorosa, e ele, o coração mole. Júnior sempre foi parceiro demais”, emociona-se. Ela lembra do marido como alguém generoso e apaixonado pela profissão. “Veio ao mundo para fazer o bem. Amava a enfermagem e trabalhava com prazer. O que melhor fazia era cuidar, e morreu no exercício do dever.”
Os dois contraíram a doença na mesma época, mas como o caso dele foi mais grave, ficaram separados durante os 17 dias em que ele esteve internado. Em casa, o casal tinha rigor nos cuidados higiênicos. “Ele não chegava perto de mim antes de tomar banho, já na porta, tirava as roupas contaminadas e deixava de molho. Mas foi inevitável”, lamenta. “É uma doença muito difícil de lidar, e as pessoas não se conscientizam, enquanto profissionais da saúde estão dando a cara a tapa para salvar vidas, muitos não estão nem aí.” Em meio ao luto e a dor, ela destaca a generosidade do enfermeiro. “Ele era puro amor, daqueles que fazia o bem, sem olhar a quem. Vai fazer muita falta.”
Veio ao mundo para fazer o bem. Amava a enfermagem e trabalhava com prazer.
O que melhor fazia era cuidar, e morreu no exercício do dever”
O que melhor fazia era cuidar, e morreu no exercício do dever”
Viviane Theodoro, esposa de Antônio Júnior
Linha de frente - Infecções
46.061
profissionais da rede pública testados
1.237
positivos
2.637
terceirizados testados 63 positivos
Fonte: Secretaria de Estado de Saúde do Distrito Federal
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