Correio Braziliense
postado em 27/07/2020 04:16
Comerciantes do Distrito Federal aguardam com ansiedade o Dia dos Pais para uma retomada de vendas após meses de crise econômica. Depois das medidas de combate ao novo coronavírus, que obrigaram o fechamento de estabelecimentos por meses, o Sindicato do Comércio Varejista (Sindivarejista) estima que o comércio da capital tem vendido quase 70% a menos nesses últimos três meses, do que o mesmo período do ano passado. Porém, com shoppings, restaurantes e lojas em geral abertas neste momento, recebendo clientes com o cumprimento de recomendações de saúde, o setor espera maior movimentação econômica para o dia 9 de agosto.
“Essa é uma data bem representativa para o comércio do DF, que vinha apresentando um crescimento de cerca de 5% a cada ano no Dia dos Pais. Com a pandemia, não devemos continuar esse ritmo, mas temos expectativa de uma retomada melhor do que a que estamos vivendo neste mês de julho”, detalha o presidente do Sindivarejista, Edson de Castro. A esperança de boas vendas é puxada por promoções, como liquidação de produtos que estão em estoque, o parcelamento de compras e a chamada venda por impulso, que é quando o cliente adquire um produto que não tinha intenção de comprar naquele momento, e adquire porque viu uma oferta no shopping ou encontrou boas condições na internet, por exemplo.
Especialistas também lembram que a forma de consumir mudou neste ano. Giuliano Bragaglia, superintendente do Conjunto Nacional, diz que o varejo também acompanha alterações do estilo de vida. “Estamos observando que experiências que antes eram diferenciais, agora são premissas, como as opções de compras virtuais. Então, esse é um momento de adaptação para uma retomada consciente de vendas, que tem que prezar pela saúde do cliente, oferecer boas ofertas, um bom atendimento e alternativas on-line”, comenta.
Um exemplo dessas adaptações do shopping é o sistema de locker, em que o cliente faz compras pelo site e retira o produto em uma caixa instalada no primeiro piso, usando o QR Code, sem contato pessoal.
Para a família
Giuliano também avalia que as vendas de aparelhos eletroeletrônicos têm se destacado e devem continuar em alta durante o Dia dos Pais, pois os moradores da capital estão passando mais tempo em casa e sentem mais necessidade de renovar os aparelhos. Michael Chaves, 40 anos, conta que foi um dos que realizou essas compras on-line durante o período de isolamento. “Acabei comprando alguns produtos pela internet, mas o comércio físico é diferente, porque não é só para comprar, também é um passeio de família, com uma programação especial”, diz o engenheiro.
Há, também, quem prefira as compras digitais, como Juceimar dos Reis, 38. “Comprei um relógio recentemente pelo site da loja e vi que a pandemia bloqueia muita coisa fisicamente, mas o ambiente virtual sempre acaba sendo uma boa opção. Acho que ainda vai demorar para que as pessoas voltem a frequentar as lojas como antes”, opina o bancário.
Para o empresário Luís Carlos Oliveira, 48, é quase imprevisível saber como será o comportamento do mercado neste Dia dos Pais. Porém, ele aposta em uma retomada lenta, com focos em produtos diferentes. “As perdas financeiras foram muito grandes durante o fechamento, então não devemos conseguir recuperar rápido. Muita coisa mudou e até as pessoas mudaram os hábitos. Mas, como agora temos mais tempo com a família, a dica que eu dou são presentes como brinquedos educativos (para os pais e os filhos), que acabam tendo como finalidade reunir quem a gente ama, desenvolver a mente e se divertir um pouco nesse momento difícil”, diz.
Estamos observando que experiências, que antes eram diferenciais,
agora são premissas, como as opções de compras virtuais”
agora são premissas, como as opções de compras virtuais”
Giuliano Bragaglia, superintendente do Conjunto Nacional
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